Pandas gigantes deixam de estar extintos na China após 23 anos
Animais foram enviados aos EUA no início dos anos 2000 após um acordo para um programa de reprodução, saiba mais
Os pandas gigantes Tian Tian, Mei Xiang e Xiao Qi Ji retornaram à China, na última quarta-feira, 8, após 23 anos em território estadunidense. Os três fazem parte de um programa chinês de reprodução, cujo objetivo é salvar a espécie.
Os animais estavam em extinção, o que levou a Associação de Conservação e Vida Selvagem da China a criar um programa de reprodução e pesquisa. Mei Xiang e Tian Tian, de 25 e 26 anos, respectivamente, chegaram ao Zoológico Nacional de Smithsonian em 2000 e deveriam permanecer por dez anos. O zoológico recebeu diversos casais de pandas ao longo dos anos.
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Entretanto, o acordo foi prorrogado diversas vezes com a China, até ser definido para expirar em 7 de dezembro de 2023.
Após a partida dos três animais, apenas quatro pandas gigantes que fazem parte do programa continuam nos Estados Unidos: Lun Lun e Yang Yang, pandas do Zoológico de Atlanta, e os filhos Ya Lun e Xi Lun. A família deve retornar à China em 2024.
Atualmente, a espécie é classificada como “vulnerável” pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
“Diplomacia dos pandas”: entenda acordo entre China e EUA
Foi em um jantar em Pequim, em 1972, que o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai ofereceu dois pandas ao presidente estadunidense da época, Richard Nixon. A ação de presentear os ursos a outros países acontecia há centenas de anos e era chamada de “diplomacia dos pandas”.
O encontro entre as duas representações políticas acontecia após mais de 20 anos de relações extremamente limitadas entre o governo americano e a República Popular da China, fundada em 1949, quando o Partido Comunista assumiu o poder.
Os pandas Hsing-Hsing e Ling-Ling foram os primeiros presenteados pela China aos EUA, em um momento que marcava uma nova relação entre as novas nações.
O retorno das espécies para a China e a não renovação para a permanência nos Estados Unidos ocorrem em momentos de tensões entre Washington e Pequim, que envolvem razões econômicas, comerciais, militares e diplomáticas.
Para a especialista em política chinesa Mary Gallagher, professora da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a “diplomacia dos pandas" foi uma maneira do país reingressar na sociedade global.
“Os pandas não são mais apenas uma forma de tornar a China atraente, já que o país tem muitas outras coisas. Em vez disso, são usados como instrumento de influência”, disse em entrevista à BBC News Brasil.
Importância dos pandas para a China
Os pandas são considerados um símbolo do país. A “diplomacia dos pandas” foi um meio para a nação chinesa promover laços políticos e econômicos com outros países, além de ajudar o país nas parcerias comerciais.
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