Partícula ‘demoníaca’ de físico teórico é descoberta após 67 anos
Mais de 60 anos depois de sua previsão, um grupo de cientistas da Universidade de Illinois encontrou uma partícula chamada de ‘Demônio de Pines’
06:00 | Out. 17, 2023
A “caçada” ao demônio de Pines, partícula prevista pelo físico teórico David Pines, chegou ao fim com a sua descoberta em experimento realizado por pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
O trabalho, publicado em agosto na revista científica Nature, indicou a presença da partícula demoníaca no metal rutenato de estrôncio. A revelação acontece 67 anos após a previsão do físico Philip Pines, em 1956.
O demônio de Pines é uma partícula “composta sem massa, neutra e que não interage com a luz”, segundo informações da Universidade de Illinois. Especula-se que ela pode desempenhar um papel importante no comportamento de vários metais.
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Partícula ‘demoníaca’: como foi descoberta?
A descoberta aconteceu por meio de uma técnica experimental não-padronizada em estudo sobre o rutenato de estrôncio. O metal é considerado similar aos supercondutores de alta temperatura, sem ser um deles, o que incentivou a busca por suas propriedades eletrônicas.
Ao analisarem os dados, os pesquisadores encontraram um modo eletrônico sem massa. “Na verdade, nem estávamos procurando por isso (o demônio de Pines). Mas acabou que estávamos fazendo exatamente a coisa certa e descobrimos”, explica o professor de física da Universidade de Illinois e líder da pesquisa, Peter Abbamonte.
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Para Abbamonte, a descoberta não aconteceu necessariamente “por acaso”. Em explicação ao portal da instituição de ensino, o pesquisador relata que o seu grupo utilizou uma técnica que não era amplamente empregada, em uma substância que ainda não foi tão estudada.
“A maioria das grandes descobertas não são planejadas. Você vai procurar algum lugar novo e ver o que há lá”, diz.
Partícula ‘demoníaca’: motivo do nome
A partícula foi intitulada “demônio” por Pines em homenagem ao físico escocês James Clerk Maxwell, conhecido pelo experimento mental “Demônio de Maxwell”. O objetivo seria demonstrar, usando uma criatura fictícia, que a Segunda Lei da Termodinâmica pode ser violada.