Cerveja pode ser impactada pelas mudanças climáticas, alerta CEO
As ondas de calor são capazes de alterar o sabor da bebida alcóolica e afetar a produção de cereais, como a cevada, matéria-prima da cervejaAs ondas de calor e condições extremas de seca não estão afetando apenas o clima, mas podem diminuir a oferta global de cerveja, segundo o CEO da cervejaria japonesa Asahi, Atsushi Katsuki.
O alerta do japonês, que está à frente da empresa desde 2021, vai de encontro a um estudo publicado na revista científica Nature Plants em 2018.
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A pesquisa indica que, ao mesmo tempo em que a procura por produtos agrícolas aumenta, as alterações climáticas ameaçam o seu fornecimento. Um dos exemplos é a cevada, principal componente da cerveja.
“A nível global, os eventos climáticos mais severos fazem com que o fornecimento de cevada diminua em 15%”, descreve o artigo. A maior diminuição média projetada (27-38%) fica para os países como a Alemanha, República Tcheca e Bélgica.
Cada região será impactada pela mudança na oferta de cevada de formas diferentes, com a alocação da matéria-prima restante entre “a alimentação do gado, a fabricação de cerveja e outros usos”.
Diante das consequências da distribuição de cevada, apresenta-se um possível aumento no preço da bebida alcóolica e um declínio relativo de seu consumo.
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Cerveja impactada por ondas de calor: sabor da bebida pode mudar
As tradições seculares de produção de cerveja na cidade de Spalt, na Alemanha, estão ameaçadas pelas secas e estações mais quentes. A luta entre os produtores locais está na manutenção de um ingrediente que sofre com as mudanças climáticas: o lúpulo.
A especiaria, também chamada de pé-de-galo, faz parte do processo de fabricação da cerveja alemã Spalter desde a Idade Média. “A fábrica é tão central para a cultura da cidade que placas anunciando ‘Spalter Bier’ podem ser encontradas em quase todas as ruas”, afirma o The New York Times.
Após uma temporada de secas, tempestades violentas e temperaturas excessivas, a colheita de lúpulo em 2023 diminuiu mais acentuadamente desde a Segunda Guerra Mundial. É o segundo ano consecutivo, segundo o jornal norte-americano.
Apesar de novas variedades da especiaria, o sabor semelhante não se equipara ao material de origem. “O clima está mudando, mas os consumidores continuam a pedir variedades com centenas de anos”, explica ao NYT Peter Hintermeier, diretor administrativo da BarthHaas, o maior comerciante mundial de lúpulo com sede em Nuremberg.
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