Lado oculto da Lua: Índia lidera a corrida espacial lunar; entenda

Com fracasso da Rússia, Índia se torna o primeiro país explorar o desconhecido Polo Sul da Lua

Uma embarcação indiana não tripulada pousou na Lua, perto do seu Polo Sul, uma região pouco explorada do satélite. A nave, que se chama Chandrayaan-3, saiu de seu país de origem sob aplausos dos engenheiros da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO).

Chandrayaan-3, que foi lançada no dia 14 de julho, teve a chegada do seu módulo de pouso, que se chama Vikram, na quarta-feira, 22, por volta das 9h33min (horário de Brasília). Até então, nenhum outro país teve o prestígio de explorar o lado oculto do satélite, que, segundo a Nasa, é intrigante e “cheio de mistério e ciência”.

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Não é de se admirar que haja uma “corrida espacial” para explorar tal área no Sul da Lua, distante dos locais de pouso das missões tripuladas que visitaram o satélite há algumas décadas. No último domingo, o Luna-25, da Rússia, que deveria ser o primeiro veículo a fazer isso, caiu na Lua.

Lado oculto da Lua: veja foto inédita da nave indiana 

Lado oculto da lua: o fracasso da missão espacial da Rússia

O que se tratava da primeira missão espacial da Rússia em quase 50 anos, se tornou um fracasso após o Luna-25 colidir com a superfície da Lua, pois encontrou problemas ao se mover para a órbita de pré-pouso.

A Roscosmos, corporação espacial estatal da Rússia, disse na manhã de domingo que havia perdido contato com a Luna-25 pouco depois das 7h57min de sábado, 19. Informações preliminares mostraram que a sonda de 800 kg "deixou de existir como resultado de uma colisão com a superfície da Lua", afirmou em comunicado.

Apresentando declínio há alguns anos, a perda do Luna-25 é um golpe para o programa espacial civil da Rússia, já que o financiamento estatal é cada vez mais direcionado para os militares.

Lado oculto da Lua: nova corrida espacial?

Existem muitas razões pelas quais as grandes potências mundiais se lançam em missões espaciais civis, uma das maiores motivações certamente é aumentar o senso de prestígio tanto nacional quanto internacionalmente.

Alguns países esperam aumentar os esforços civis em ciência e tecnologia, outros buscam expandir sua força de trabalho técnica e outros ainda buscam uma maneira de motivar a próxima geração de jovens trabalhadores.

O turismo espacial não está tão longe assim, de modo que organizações e governos já estão estabelecendo critérios para viagens seguras, além de leis e recursos que possam assegurar a melhor viagem possível para todos os tripulantes.

Corrida espacial dos bilionários: muito além da globalização

Se, no alvorecer da era espacial, a União Soviética lançou o Sputnik, o primeiro satélite, em 1957, e consolidou como programas espaciais são o reflexo da grandeza de uma nação, então é evidente que, hoje, em ascensão estão os programas espaciais da Ásia, principalmente China e Índia.

Ambos os países desenvolveram sofisticados motores de foguetes criogênicos, lançadores e espaçonaves. Além de operarem várias constelações de satélites para comunicação, imagens da Terra e sensoriamento remoto. A China possui sua própria constelação de satélites de navegação.

O que é o “lado oculto” da Lua?

As crateras profundas do lado oculto da lua são resguardadas da luz solar há bilhões de anos. Nessas regiões, as temperaturas chegam a surpreendentes -248º C, porque a Lua não tem atmosfera para aquecer a superfície.

Os dados coletados pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, uma espaçonave da Nasa que orbita a Lua há 14 anos, sugerem que o gelo de água está presente em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas que poderiam potencialmente sustentar formas de vida.

Nas projeções espaciais, o polo sul da Lua está emergindo como um destino científico atraente. O motivo se torna cada vez mais solidificado na exploração de recursos: os estudiosos buscam encontrar água congelada e elementos preciosos.

A água existe como sólida ou em vapor na Lua por causa do vácuo, visto que a Lua não tem gravidade suficiente para manter uma atmosfera. A missão lunar Chandrayaan-1, da Índia, foi a primeira a encontrar evidências de água na Lua, em 2008.

Seria possível viver na Lua?

A Nasa está procurando desenvolver recursos na Lua que inicialmente incluem oxigênio e água, e eventualmente possam se expandir para ferro e terras raras, além de já ter tomado medidas para escavar o solo lunar em 2032.

Tudo indica que com o desenvolvimento do turismo espacial, viagens e possíveis moradias não seja um futuro tão distante assim.

A própria agência espacial dos Estados Unidos planeja devolver os norte-americanos à Lua como parte de sua missão Artemis, incluindo a primeira mulher e primeiro negro até 2025, com o objetivo de aprender com a missão para facilitar uma futura viagem a Marte.

Uma parte fundamental da missão é promover oportunidades comerciais no espaço. A agência busca quantificar potenciais recursos, incluindo energia, água e solo lunar, como meta para atrair investimentos comerciais, disse Gerard Sanders, cientista de foguetes do Centro Espacial Johnson da Nasa por 35 anos.

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