Transplante de órgãos: Conheça o único país que permite a venda de órgãos
A nação do Oriente Médio tem sistema de doação e de venda coordenado pelo governo. Medida não é capaz de inibir a venda ilegal. Saiba qual país permite a venda de órgãos
14:00 | Ago. 24, 2023
O único país que permite legalmente a venda de órgãos é o Irã. Mas há algumas condições: a regra vale apenas para cidadãos iranianos e cobre apenas a venda de rins. Ainda, o valor máximo pelo órgão é 4.600 dólares (cerca de R$ 22,5 mil, na cotação atual).
Esse sistema foi pensado devido à falta de infraestrutura para manter um sistema eficiente de transplante de órgãos no país.
Venda de órgãos: como vender órgãos no Irã?
Quem compra ou vende deve estar inscrito no sistema governamental que faz a ponte entre os dois, baseado em critérios como tipo sanguíneo, perfil imunológico e características físicas, como peso e altura.
Todos são submetidos a uma avaliação física e a uma análise psicológica.
O governo iraniano paga pela cirurgia e o vendedor recebe o valor do órgão vendido quando a operação é concluída. Além disso, um grupo de caridade contribui com os custos adicionais, caso o beneficiário necessite.
Irã: Agravamento da pobreza leva pessoas a vender órgãos
O agravamento da pobreza no Irã leva muitas famílias a apelarem para a venda de órgãos. Para o governo, essa é uma forma relativamente segura para as pessoas pobres ganharem algum dinheiro e, ao mesmo tempo, salvar uma vida.
Em um país onde poucos órgãos das pessoas que morreram são doados, a medida reduz o tempo de espera para transplantes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) se opõe à comercialização de órgãos, mesmo que traga algum benefício. Segundo a organização, a prática explora os vendedores e leva os médicos a realizar procedimentos perigosos.
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Irã: Permissão de venda de órgãos não acaba com o tráfico
Mesmo que no Irã seja permitida a venda de órgãos, a medida não é capaz de inibir a venda ilegal. Vendedores e compradores buscam por acordos mais lucrativos e formas de burlar o sistema.
Na ilegalidade, os vendedores podem cobrar altos valores de iranianos que querem contornar a lista de espera, que chega a um ano se fizerem o acordo no sistema governamental. Ainda, eles podem vender para estrangeiros que não estão cadastrados no programa.
Assim, eles comercializam outros órgãos como fígado, medula óssea, pulmão e até testículos.