Posição privilegiada: entenda por que não há ciclones no Ceará

Meteorologista explica que a região Nordeste do Brasil, incluindo o Ceará, está numa posição privilegiada, por isso não registra ciclones. Entenda o fenômeno

Quem mora na porção Norte do Brasil e acompanha as notícias pode se assombrar com o impacto de ciclones extratropicais na região Sul do País nos últimos dias. Porém, o Nordeste, incluindo o Ceará, está numa posição geográfica privilegiada, com nenhuma chance de ocorrer um ciclone.

Segundo Lucas Fumagalli, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), ciclones extratropicais não podem se formar em locais equatoriais, isto é, próximos à linha do Equador. É o caso do Ceará, que está dois graus abaixo da linha que divide o planeta Terra horizontalmente ao meio.

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Fumagalli explica que os ciclones extratropicais ocorrem devido a uma troca de massas de ar quente e de ar frio. Nas áreas equatoriais, não há troca. “A gente sempre está sob influência de uma massa de ar quente”, diz ele.

O pesquisador sublinha que há a possibilidade da frente fria de um ciclone extratropical alcançar o sul do Nordeste, na região da Bahia, mas não é algo comum. Além disso, um ciclone se deslocaria pelo mar, não pelo continente.

Ciclones têm acontecido com mais frequência?

Embora haja um impacto direito da atividade humana no aumento da temperatura e na mudança climática, Lucas Fumagalli diz diz ser necessário mais pesquisa para estabelecer se há aumento na frequência de ciclones extratropicais.

“Há menos de 100 anos de dados sobre ciclones. O que sabe é que esses fenômenos são uma resposta natural da atmosfera. Estão sempre acontecendo e vão continuar acontecendo, mais ou menos nas mesmas regiões”, conta.

Ciclone tropical, subtropical e extratropical: qual a diferença?

Ciclones sempre são zonas de baixa pressão do ar. No entanto, o local onde ocorrem e suas características afetam sua classificação. Confira a diferença entre ciclone tropical, subtropical e extratropical:

  • Tropical: como o nome indica, ocorre em regiões próximas à linha do Equador, nos trópicos. O oceano protagoniza: tanto dá calor para geração de energia quanto “hospeda” o ciclone.
  • Extratropical: como o ciclone que atinge o Rio Grande do Sul (RS), acontece devido a um contraste entre massas de ar quente e frio. Essas massas “trocam de lugar” e o ar quente e úmido da superfície terrestre é jogado para cima, resultando em chuva. Sua duração pode variar de quatro dias a uma semana.
  • Subtropical: tem características dos dois tipos acima. Tem troca de massas de ar, mas também recebe energia do calor do oceano. Apesar disso, o ciclone subtropical tem menor dimensão (tanto espacial quanto temporal).

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