Homens viram modelos de lingerie feminina após proibição na China

Após medidas de regulação da exposição de corpos femininos na internet, empresas contrataram homens para fazer propaganda de itens como sutiãs e pijamas

10:45 | Mar. 10, 2023

Por: Camila Garcia
Homens se tornaram os modelos de lingerie feminina na China após regulamentos de nudez e exposição do corpo da mulher se tornarem mais rígidos (foto: Reprodução/redes sociais)

Para poder expor produtos de lingerie feminina, os comerciantes chineses vêm criando um novo parâmetro: agora, são os homens que modelam os itens de vestuário íntimo. 

A inovação é resultado da forte regulação do governo da China sobre a exposição do corpo das mulheres e a proibição de vestimentas decotadas e reveladoras demais.

Em plataformas como o Douyin, de compartilhamento de vídeos, uma das mais populares no país asiático, homens se vestem com itens de lingerie feminina e realizam transmissões ao vivo, tornando-se os novos manequins das lojas online. As informações são da CNN

Qualquer imagem de mulheres revelando o corpo de uma forma que seja vista como inapropriada é proibida na China.

Portanto, os homens agora precisam assumir os postos deixados para que os comerciantes possam vender os produtos sem descumprir as regras estabelecidas.

China: homens viram "manequins" de lingerie com regras contra nudez e exposição

Os empreendedores, porém, explicaram que a substituição não teve o propósito de "ridicularizar" as medidas, mas sim de agir com cuidado, mantendo as vendas mas seguindo os regulamentos.

“Esta não é uma tentativa de sarcasmo. Todos estão levando muito a sério o cumprimento das regras”, disse um homem, que possui um comércio on-line.

Outras formas de "driblar" a censura elaboradas pelos chineses foram feitas ainda pelas mulheres, ao vestir as peças de lingerie por cima de outras roupas, como blusas ou vestidos.

Empresas chinesas, porém, não são as únicas que passam por processos de adaptação às restrições de nudez e questões sensíveis. Plataformas como o Instagram e o Facebook, ambos de propriedade da Meta, têm regulamentos confusos que podem parecer até mesmo arbitrários.

No geral, todas as plataformas que funcionam em diferentes países precisam adaptar os termos de funcionamento e regulamentos às leis que já existem e as que passarem a existir.