Dia da Mulher: Três autoras brasileiras que você (talvez) não conheça

Do Ceará ao Rio de Janeiro, essas escritoras deixaram o seu legado na história literária do Brasil; confira quem são e suas histórias

O Dia Internacional das Mulheres foi oficializado em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). A origem da data varia, mas dois eventos se destacam – o incêndio em uma fábrica de roupas de Nova Iorque, em 1911, e o protesto “Pão e Paz” na Rússia, em 1917.

No Brasil, a luta pelos direitos femininos também se estenderia nos círculos literários. Se a personagem Capitu, com seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada", encontrou espaço na literatura, o lugar para as mulheres de carne e osso parecia mais complexo.

Dia da Mulher: Conheça três autoras brasileiras

 

A autora brasileira Carolina Nabuco escreveu a obra "A Sucessora"
A autora brasileira Carolina Nabuco escreveu a obra "A Sucessora" (Foto: Arquivo Nacional)

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Entre a falta de imagens para ilustrar o rosto da autora e escândalos de plágio envolvendo um longa-metragem de Alfred Hitchcock, conheça três nomes femininos da literatura brasileira e suas contribuições.

Júlia Lopes de Almeida

A Academia Brasileira de Letras (ABL) optou por um veto à presença de escritoras mulheres que durou até 1977, com a chegada de Rachel de Queiroz. Contudo, entre os 40 “imortais” considerados pelo idealizador Lúcio de Mendonça, estava um nome feminino – Júlia Lopes de Almeida.

A autora também foi uma das responsáveis pela idealização da ABL, mas o seu nome - considerado por Lúcio de Mendonça - foi substituído pelo marido, Filinto de Almeida, poeta português.

A obra mais conhecida da escritora brasileira é “A Falência”, sobre a decadência econômica e moral de uma família após a abolição da escravatura.

Emília Freitas

A vida da romancista cearense é tão misteriosa ao público quanto suas obras publicadas. Sem imagens para ilustrá-la ou descendentes diretos, Emília Freitas é autora de “A Rainha do Ignoto” (1899), obra pioneira no gênero de literatura fantástica do País.

Com o subtítulo de “romance psicológico”, o enredo apresenta uma sociedade de mulheres na Ilha do Nevoeiro, encontradas pela Rainha do Ignoto em momentos de sofrimento.

Emília Freitas publicou mais duas obras, intituladas “Canções do Lar" e "O Renegado”. O último, com data de publicação incerta, permanece perdido.

Carolina Nabuco

Carolina Nabuco foi uma escritora e tradutora brasileira, filha do diplomata e cofundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), Joaquim Nabuco. A autora nunca se casou ou teve filhos.

Sua obra mais conhecida, “A Sucessora”, publicada em 1934, foi envolvida em uma polêmica no mundo literário com o livro “Rebecca”, de Daphne du Maurier, que seria lançado anos depois, em 1938.

Carolina enviou a tradução em inglês de seu trabalho, visando publicação nos Estados Unidos e, possivelmente, na Inglaterra. Anos depois, o livro de Daphne du Maurier apresentava similaridades com as temáticas da brasileira.

A “Rebecca” de du Maurier, contudo, chamou a atenção do cineasta Alfred Hitchcock e foi adaptada para as telonas, rendendo o único Oscar de “Melhor Filme” recebido pelo diretor.

Carolina Nabuco foi procurada pela companhia de cinema United Artists para que assinasse um termo confirmando a “coincidência” entre as duas obras. A escritora se recusou.

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