Besouros arrasam florestas boreais do norte da Finlândia devido ao aquecimento global

Esses pequenos insetos marrons atacam o abeto, uma das espécies de árvores mais comuns na Finlândia, destruindo lentamente florestas inteiras

10:21 | Dez. 05, 2022

Por: AFP
Esta foto de arquivo aéreo tirada em 06 de outubro de 2022 mostra a Floresta Boreal, acima do Círculo Polar Ártico na Lapônia finlandesa (foto: OLIVIER MORIN / AFP)

Como resultado do aquecimento global, os besouros de casca estão devastando as árvores mais ao norte da Finlândia e colocam em risco as florestas boreais, tão valiosas para o planeta quanto a Amazônia.

Esses pequenos insetos marrons atacam o abeto, uma das espécies de árvores mais comuns na Finlândia, destruindo lentamente florestas inteiras.

Os escolitíneos devoram tudo o que rodeia as árvores coníferas e acabam por matá-las, ao impedir que a água e os nutrientes do solo cheguem aos ramos mais altos.

"Esses insetos causaram estragos em toda Europa Central e Oriental, especialmente a partir de 2018", disse à AFP Markus Melin, cientista do Instituto de Recursos Naturais da Finlândia.

O risco de que a epidemia se espalhe é "muito maior agora", devido ao aquecimento global, adverte. "Temos que aceitar e nos adaptar. As coisas estão mudando muito rápido".

A ameaça geralmente é muito maior no sul da Finlândia, mas, no verão quente de 2021, esses insetos causaram estragos "no extremo-norte" na região de Kainuu.

"É um fenômeno bem conhecido: os besouros de casca são uma das espécies que mais se beneficiam da propagação do aquecimento global", afirmou Melin.

Esses besouros escolhem árvores já enfraquecidas pelos verões quentes e pela falta de água.

O clima cada vez mais quente também acelera o ciclo de vida desses besouros. "Sua taxa de mortalidade está diminuindo, e eles estão se reproduzindo muito mais rápido", explicou Melin.

Embora os besouros normalmente procurem árvores fracas, assim que seu número atinge um ponto crítico, eles podem começar a atacar as saudáveis.

Se os guardas florestais não reagirem a tempo, removendo as árvores mais fracas, "de repente os escolitíneos, sendo muito numerosos, podem atacar as árvores saudáveis", alerta Melin, "acelerando o ciclo de destruição".