Cientistas cultivam 'minicérebro' que é capaz de jogar videogame

Um 'minicérebro' cultivado por cientistas em laboratório é capaz de reagir e jogar um videogame. Conheça o sistema chamado de Dish Brain

20:36 | Out. 13, 2022

Por: Maria Eduarda Andrade
Minicérebro é cultivado por pesquisadores em laboratório na Austrália (foto: Divulgação/Cortical Labs)

Um 'minicérebro' cultivado por cientistas em laboratório chamou atenção por ser capaz de reagir ao ambiente de um jogo de computador. A pesquisa foi feita com o apoio da Universidade de Melbourne, na Austrália.

O experimento tinha como objetivo aproveitar neurônios vivos e a partir disso produzir inteligência biológica sintetica. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira, 12, na revista científica Neuron

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Minicérebro gamer: como o estudo foi feito?

As células cerebrais foram desenvolvidas em laboratório pela primeira vez em 2013, quando os 'minicérebros' foram cultivados.

O objetivo inicial era estudar a microcefalia, um distúrbio genético em que o órgão nasce muito pequeno, mas desde então são utilizados para pesquisas sobre o desenvolvimento cerebral. 

Com o sucesso dos resultados dos experimentos, logo foi criado um sistema chamado de Dish Brain, que traduzido de forma literal se chama "cérebro de prato".

Conectado a um ambiente externo, no caso um videogame, o Dish Brain reage e joga partidas do Pong, um jogo em que o objetivo é mover uma barra para que a bola não passe, parecido com um jogo de tênis. 

As células que compõem o 'minicérebro' foram cultivadas a partir das células de camundongo embrionárias e neurônios humanos derivados de células-tronco, que foram conectadas ao videogame por meio de eletrodos que indicavam onde a bola estava. 

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Minicérebro: pesquisa visa tratar doenças como o Alzheimer

Segundo os especialistas responsáveis pela pesquisa, a expectativa é que a tecnologia possa ser usada como teste para tratamentos de doenças neurodegenerativas, como o alzheimer e a epilepsia.

Apesar do sucesso do estudo até o momento, os pesquisadores enfatizam que apesar das células cerebrais terem reagido ao ambiente virtual, o 'minicérebro', que não tem consciência, não sabia que estava jogando o game, como ocorreria com um jogador humano. Novos testes serão executados.