Beber até 3 xícaras de café por dia reduz risco de morte e de doenças cardíacas
Pesquisa feita pelo European Journal of Preventive Cardiology apontou redução de até 27% na chance de óbito precoce entre aqueles que consomem café todos os diasUm estudo ao longo de 12 anos feito pela European Journal of Preventive Cardiology mostrou que o hábito de beber de duas a três xícaras de café pode estar associado a um menor risco de morte precoce e a um menor risco de problemas cardíacos.
O resultado da pesquisa abrangeu três variedades de café: moído, instantâneo e descafeinado. O estudo destaca ainda que há pouca informação sobre um eventual impacto da forma de preparação do café na saúde e sobrevivência do coração.
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O trabalho científico examinou o hábito de ingerir os diferentes tipos de café e sua relação com arritmias incidentes, doenças cardiovasculares e morte usando dados do UK Biobank. Na pesquisa foram analisando um grupo adulto entre 40 e 69 anos de idade.
As doenças cardiovasculares analisadas foram doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral isquêmico.
O estudo analisou quase meio milhão de pessoas
O grupo contou com um total de 449.563 pessoas livres de arritmia ou outra doença cardiovascular no início da pesquisa. A idade mediana do grupo foi de 58 anos, sendo 55,3% mulheres.
Os participantes responderam um questionário sobre a quantidade de xícaras de café tomadas por dia e o tipo de café tomado - moído, instantâneo ou descafeinado. Após o preenchimento das respostas, os participantes foram separados em 6 categorias que variavam de nenhuma até mais de cinco xícaras por dia.
Dentre as variedades analisadas, o café instantâneo é o mais consumido, sendo escolhido por 198.062 dos participantes, contingente equivalente a 44,1% do grupo total. Café moído, descafeinado e nenhum tipo de café representaram, respectivamente, a preferência de 82.575, 68.416 e 100.510 dos participantes.
As comparações entre bebedores e não bebedores de café para a ocorrência de arritmias, doenças cardiovasculares e morte se deu por meio da divisão para idade, sexo, etnia, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, apneia obstrutiva do sono, tabagismo e consumo de chá e álcool. As informações de desfecho foram obtidas de prontuários médicos e registros de óbito.
Café ajuda na redução de risco de morte e doenças cardiovasculares
Ao decorrer da pesquisa, 6,2% dos participantes, equivalente a 27.809 pessoas, morreram. Na análise de impacto do consumo de café, foi constatado que havia uma redução no risco de morte nos candidatos que bebiam de 2 a 3 xícaras.
Os melhores resultados foram conferidos naqueles que consumiam o café moído, tendo uma redução de 27%. Os outros tipos de café - descafeinado e instantâneo - seguiam com 14% e 11%, respectivamente.
Já a presença de doenças cardiovasculares foi verificada em 9,6%, cerca de 43 mil participantes. Associando-se novamente ao consumo de café, aqueles que ingeriam a bebida apresentaram maior prevenção a essas doenças em relação aos que não a consomem.
O resultado apontou melhor número naqueles que bebem de 2 a 3 xícaras por dia. Aqueles que consomem café moído, descafeinado e instantâneo apresentaram, respectivamente, 20%, 6% e 9% menos probabilidades de obtenção dessas doenças.
Ao todo 30.100 participantes, 6,7 % do total, apresentaram arritmia. Dessa vez, apenas o café moído e instantâneo tiveram relação com redução desses casos. Aqueles que bebiam de 4 a 5 xícaras diárias de café moído e 2 a 3 xícaras de café solúvel apresentaram riscos reduzidos de 17% e 12%, respectivamente.