Camada ocular de pele de porco restaura visão de 14 pessoas

Nova técnica é menos invasiva e não necessita de pontos nem de equipamentos muitos especializados para ser aplicada

Um biomaterial feito a partir do colágeno da pele de porcos, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, foi responsável por restaurar a visão de 14 pessoas do Irã e da Índia que têm deficiência visual. Menos invasiva, a nova técnica não necessita de pontos e de equipamentos muito especializados para ser aplicada.

A possibilidade de utilizar o material derivado de porco, segundo os pesquisadores, é de importante ajuda para solucionar o problema da escassez de tecidos da córnea doados e do acesso a outros tratamentos para doenças oculares. O implante do material é considerado seguro pelos cientistas, uma vez que os voluntários que tiveram a visão recuperada quase não enxergavam mais nada antes do procedimento.

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O colágeno, principal material da córnea, foi utilizado pelos pesquisadores durante o estudo. As moléculas da proteína derivadas da epiderme de porcos, também usadas, passaram por um processo de purificação para uso em humanos. Em seguida, as moléculas de colágeno soltas foram estabilizadas e agregadas em um material transparente e firme, resistente à manipulação e à implantação no olho.

O material também foi utilizado em voluntários sem perda total de visão, mas que tinham ceratocone avançado, doença progressiva cujas causas ainda não foram esclarecidas, de acordo com informações do portal Olhar Digital. Os cientistas também explicaram no estudo que a tecnologia não necessita de pontos e pode ser executada com materiais cirúrgicos simples.

"Um método menos invasivo poderia ser usado em mais hospitais, ajudando, assim, mais pessoas (...) Com nosso método, o cirurgião não precisa remover o tecido do próprio paciente. Em vez disso, é feita uma pequena incisão, através da qual o implante é inserido na córnea existente", pontuou, por meio de nota, o líder do grupo de cientistas, Neil Lagali.

Visão restaurada

A nova técnica foi testada por cirurgiões no Irã e na Índia, países em que muitas pessoas sofrem de cegueira corneana e baixa visão, além de haver carência em doação de córneas e em opções de tratamentos. As intervenções feitas nos voluntários não resultaram em complicações, uma vez que o tecido cicatrizou rapidamente.

Os pesquisadores afirmaram que um tratamento de oito semanas, com colírio imunossupressor, foi suficiente para evitar a rejeição do implante. Além disso, os pacientes foram acompanhados durante dois anos e nenhuma complicação foi observada durante o período. Conforme o estudo, a visão dos participantes melhorou tanto quanto um transplante de córnea com tecido doado. 

Ao todo, 20 foram os voluntários que participaram do estudo, dos quais 14 tinham perda total da visão. Depois do período de dois anos de observação, exames realizados atestaram que todos estavam enxergando, mas que três deles voltaram a enxergar perfeitamente. Os pesquisadores afirmaram que o material pode ser produzido em massa e armazenado por até dois anos.

"Os resultados mostram que é possível desenvolver um biomaterial que atenda a todos os critérios para ser usado como implante humano, que pode ser produzido em massa e armazenado por até dois anos e, assim, atingir ainda mais pessoas com problemas de visão. Isso nos ajuda a contornar o problema da escassez de tecido corneano doado e acesso a outros tratamentos para doenças oculares", pontua Neil.

Com informações do portal Olhar Digital

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