"Sexta-feira 13" é um dia de azar? Conheça a história por trás da data

Sorte e azar dividem as crenças que envolvem a Sexta-feira 13. Especialistas falam sobre as superstições em volta da data

00:00 | Mai. 13, 2022

Conheça a origem da "Sexta-feira 13" e seus significados (foto: Reprodução/Pixabay)

Conhecida por ser uma data que remete ao mau agouro, a “Sexta-feira 13” é cercada de mistérios e contradições relacionadas a sua origem e significado. Enquanto para alguns é um dia de azar, para outros é um momento de prosperidade e renovação de ciclos. O POVO conversou com especialistas que explicam a história por trás dos dilemas da data.

Origem da Sexta-feira 13

Entre as muitas versões existentes sobre a origem da data, uma delas é relacionada ao cristianismo. A psicóloga e psicanalista Silvana Costa explica que, na última ceia, que ocorreu em uma quinta-feira, Jesus Cristo teria se reunido com os 12 discípulos, sendo 13 pessoas ao todo participando da refeição.

Um dos participantes, chamado Judas, foi quem traiu o anfitrião. No dia seguinte, uma sexta-feira, 13, Cristo morreu crucificado.

“Na visão do catolicismo, a sexta-feira era considerada o dia de morte dos ladrões da época. Por esse motivo, Jesus — que era conhecido pelos poderosos como uma pessoa ruim — foi crucificado e executado ao lado de dois ladrões nesse dia da semana”, explicou a psicóloga.

Já para a mitologia nórdica, a "Sexta-feira 13" era um dia dedicado ao culto da deusa da fertilidade, Frigga. O professor do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT) e doutor em História, Odir Fontoura, conta que Frigga deu origem à palavra Friday (sexta-feira em inglês) por essa razão.

“À medida que a religião cristã avançou e essas divindades continuavam existindo, a deusa passou a ser vista como um demônio ou uma bruxa. Então, a sexta-feira, que era um dia social de Frigga, passa a ser um dia demonizado para o cristianismo”, pontuou Odir.

Conforme o historiador, ao longo de toda a Idade Média, surgiram vários relatos de que as bruxas se reuniam nas sextas-feiras, o que fez com que o dia fosse considerado como amaldiçoado.

Existe comprovação científica sobre azar na Sexta-feira 13?

Apesar das histórias que apontam a “Sexta-feira 13” como um dia de infortúnios, ambos os especialistas entrevistados afirmam que não existe nenhuma comprovação científica sobre essa associação da data ao azar.

“Não existe comprovação científica de que a 'Sexta-feira 13' é um dia de azar. Porém, segundo os estudos da Psicanálise, o que as pessoas buscam é sorte na vida. Há um desejo inconsciente de prosperidade. Então, para que realizem esse desejo, elas se utilizam de amuletos e seguem práticas para se protegerem da má sorte”, destacou a psicanalista Silvana Costa.

Quanto às principais superstições ligadas à data, a especialista lista itens como: evitar passar por baixo de escadas ou perto de gatos pretos, fazer um banho de sal grosso ou lavanda e utilizar ferraduras nas bolsas.

Vírus “Sexta-feira 13” para computadores

Quando a Internet ainda engatinhava, o vírus intitulado “Sexta-Feira 13” ou “Jerusalém” foi desenvolvido. Ele se espalhava por meio de disquetes, CD-ROM e anexos em e-mails, sendo projetado para se disseminar pelos computadores no ano seguinte, em 14 de maio de 1988, em homenagem à celebração do 40º aniversário da criação do estado judeu.

Para a ativação do vírus ser efetuada, bastava que o calendário do computador marcasse sexta-feira, 13. Segundo a psicanalista Silvana Costa, a partir disso, todos os programas e arquivos utilizados eram infectados e excluídos.

Já para eliminar o vírus, o recomendado na época era manter o sistema operacional e as soluções de segurança ativados, não abrir e-mails de origem desconhecida. Alguns especialistas chegaram a recomendar que os usuários alterassem a data do PC da sexta-feira, 13, direto para o sábado, 14, assim o código não seria ativado.

“Anos depois, com a chegada do Windows e o desenvolvimento de soluções de segurança mais eficientes, o 'Sexta-Feira 13' teve fim”, concluiu Silvana.