Coelho da Páscoa: significado e história do coelhinho dos ovos de chocolate
O coelho é um importante símbolo da Páscoa. Saiba significado e história dessa representação da infância e dos ovos de chocolate do coelhinho, ponto alto da data
21:08 | Abr. 13, 2022
Na tradição cristã, a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo e várias simbologias pertencem a essa época do ano: como o vinho, o peixe, o coelho de Páscoa e o chocolate. Mas afinal, qual a origem da tradição do coelho da páscoa e dos ovos de chocolate?
O significado e a história por trás do coelho da Páscoa
A história do coelho de Páscoa se relaciona com uma antiga lenda germânica, a história do Osterhase, uma lebre que trazia e escondia ovos decorados para as crianças procurarem na época do equinócio de primavera (próximo à época da Páscoa atualmente). No século XVIII, essa lenda chegou aos Estados Unidos e popularizou-se por lá.
No século seguinte (XIX), a Páscoa se estabeleceu como uma comemoração familiar importante para as crianças ocidentais e a brincadeira dos ovos passou a ser parte da celebração. Nessa época, o coelho se tornou símbolo da Páscoa, pois era considerado um animal mais dócil e familiar em comparação à tradicional lebre.
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O ovo decorado popularizou-se na Páscoa porque era símbolo tradicional de fertilidade e renovação da vida. Naquela época, era comum presentear as pessoas com belos ovos decorados.
Curiosidade: coelho bota ovo?
O coelho é um animal mamífero, assim como o cachorro, o gato e os seres humanos. Portanto, é um animal vivíparo, ou seja, seu embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe - em uma placenta. Ele pertence à família dos leporídeos, da ordem dos lagomorfos.
Diferentes teorias sobre origem do coelho da Páscoa
Por ser um animal de muito simbolismo, diversas teorias sobre seu surgimento e consolidação da importância surgiram. As duas principais hipóteses são a pagã e a cristã.
Paganismo
Apesar de ser tradição cristã, a teoria mais considerada sobre a origem do coelho é a pagã, que associa o coelho da páscoa à fertilidade. Na mitologia germânica, a deusa Ostara (ou Eostre) era considerada a deusa da fertilidade e uma de suas conhecidas histórias é a que ela transformou um pássaro em coelho. O animal, por sua vez, não gostou da troca e pediu que a deusa a revertesse. Ostara desfez a mutação e o pássaro agradeceu presenteando-a com ovos decorados. A deusa recebeu e os ofereceu às crianças.
Os irmãos Grimm, folcloristas germânicos do século XIX autores de conhecidas histórias que deram origem aos contos de fadas, fizeram a associação da lenda da lebre com a deusa Ostara. Na Alemanha, os coelhos da Páscoa são chamados de “osterhase”, nome semelhante ao da deusa da fertilidade. Por se tratar de mitologia, os historiadores não encontraram evidências científicas.
Cristianismo
Algumas teorias consideram a origem do coelho da Páscoa no cristianismo, ainda com associação à lebre dos ovos decorados (lenda germânica). Na iconografia cristã, a lebre (ou o coelho) era associada à castidade, pois se acreditava que o animal fazia reprodução assexuada. Logo, sua aparição junto à imagem da Virgem Maria tornou-se comum, tanto é que Tiziano Vecellio produziu uma famosa obra de arte chamada “A Virgem com o coelho”, em que a santa segura um coelho branco em seus braços como símbolo de pureza.
Uma importante orientação para a teoria cristã foi encontrada em Devon, na Inglaterra. Na iconografia das igrejas de lá, foi encontrado um símbolo que apresenta três coelhos (ou lebres) em um círculo interligados pelas suas orelhas. Os historiadores não sabem, no entanto, se esse ícone significava pureza.
Outras lendas cristãs associam o coelho à ressurreição de Jesus Cristo e à renovação, pois ele era o primeiro animal a ser visto fora da toca no fim do inverno.
E os ovos de chocolate do coelhinho da Páscoa?
No século XVIII, confeiteiros franceses fabricaram os primeiros ovos de chocolate. Antes, era retirada a clara e a gema dos ovos de galinha para recheá-los com o doce. Com tecnologias mais avançadas do século XIX, os ovos passaram a ser 100% feitos chocolate.