Gemas: entenda por que as pedras naturais são preciosas
Rubis, esmeraldas, safiras, diamantes… Sinais de status social e de alto poder aquisitivo, esses minerais são adereços de joias caríssimas. Mas afinal, o que torna essas pedras tão valiosas?
Pedras preciosas são minerais que, por sua raridade, beleza e durabilidade, são normalmente usadas para adorno pessoal com base na fabricação de joias, além de serem objetos colecionáveis. Quando retiradas da natureza, essas rochas se encontram em estado bruto e ao serem polidas e lapidadas passam a ser chamadas de gemas.
A maioria das gemas são formadas por substâncias minerais, isto é, compostos inorgânicos; mas, existem importantes gemas de origem orgânica. Sendo 'pedras' obrigatoriamente compostos inorgânicos, toda pedra preciosa é uma gema, mas nem toda gema é uma pedra preciosa.
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Em outras palavras, gemas são todos os minerais e materiais orgânicos petrificados (seja de origem animal ou vegetal) que, ao serem polidos e lapidados, têm valor de mercado agregado, podendo ser usados como adorno em joalheria, por exemplo. Entre os minerais que se destacam por sua beleza, há muitos que, por serem frágeis ou de dureza muito baixa, dispensam lapidação e, logo, não são aproveitados para fabricação de joias ou objetos decorativos, sendo exibidos em museus e requisitados por colecionadores.
Pedras Preciosas: características e classificação
Existem diferentes modos de classificar as gemas minerais, os quais levam em conta determinadas características que esses materiais preciosos têm, como composição química, simetria, formato etc. Em termos de composição química, os diamantes, por exemplo, são constituídos por carbono (C), enquanto rubis e safiras, por óxido de alumínio (Al2O3).
Em se tratando de simetria dos cristais atômicos que formam as pedras, as gemas são enquadradas em um dos sete sistemas cristalinos:
- cúbico
- hexagonal
- trigonal
- tetragonal
- ortorrômbico
- monoclínico
- triclínico
No que se refere ao formato visível exibido por uma gema, utiliza-se o termo “hábito cristalino”. A esse respeito, os diamantes, que cristalizam no sistema cúbico, são comumente encontrados na forma octaédrica. Além disso, as gemas também são caracterizadas por seus efeitos ópticos, como brilho, clivagem, índice de refração etc, podendo ou não exibir luminescência.
O local de onde foi escavado um minério também influencia nas características de uma gema, a qual pode apresentar marcas próprias que não são vistas em gemas de mesma natureza, porém procedente de outros lugares.
Pedras Preciosas: e as pedras semipreciosas?
A grosso modo, as gemas costumam ser distinguidas em pedras preciosas e pedras semipreciosas, sendo a primeira categoria estabelecida com base na história de uso eclesiástico, devocional ou cerimonial e pela raridade da peça. Com isso, somente quatro tipos de gemas eram consideradas preciosas: rubi, esmeralda, safira e diamante.
No entanto, os diamantes, apesar de extremamente valiosos, não são excepcionalmente raros. Sua escavação é ardilosa, mas anualmente são extraídos milhões de quilates desse mineral. A verdade é que essa classificação não tem validade científica. Atualmente todas as pedras consideradas preciosas ou semipreciosas devem ser chamadas de gema.
'Esses termos são artificiais e confusos, desmerecendo gemas como opala, água-marinha, crisoberilo, ametista ou alexandrita, entre outras pedras de grande beleza apreciadas no mundo todo. Por isso, a distinção entre pedras preciosas e semipreciosas deve ser evitada, usando-se o termo gema', afirma à superinteressante o gemologista Pedro Luiz Juchem, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Pedras Preciosas: por que tão caras?
Apesar de a raridade de uma pedra ser fator importante na determinação de seu valor comercial, a aparência é quase sempre a característica mais importante das gemas, é por serem consideradas belas que são mineradas ou escavadas. As características que tornam uma gema vistosa e desejável são
- a cor
- brilho
- fenômenos ópticos
- uma inclusão interessante no interior da pedra (como um fóssil, por exemplo)
- e, mais, raramente a sua forma natural.
A tradição também influencia terminantemente no valor de mercado de uma gema, de maneira que o diamante, que não é uma das pedras preciosas mais raras na natureza, seja cara por ser uma peça que nunca sai de moda.
Pedra Preciosa: o que torna o diamante uma gema tão especial?
Além de refletir um brilho intenso que salta aos olhos humanos, a dureza do diamante faz desse um minério especial. Em química, essa propriedade mede a resistência de um material a alterações definitivas quando uma força é aplicada sobre ele. A dureza de um mineral pode ser medida com base na escala de Mohs que mede - a partir de uma tabela arbitrada de 1 a 10, na qual encontram-se substâncias em escala crescente que vai do talco ao diamante - a capacidade de um material 'riscar' o outro, isto é, de causar danos irreparáveis.
O diamante é, portanto, um bem durável, que pode ser passado de geração em geração sem perder sua beleza e valor.
Pedras Preciosas: Rubis vs Safiras
Essas são gemas sempre requisitadas em joalherias. Apesar da notória diferença de cor entre a safira, supostamente azul, e o rubi, vermelho, ambas pedras possuem a mesma composição química e a mesma estrutura cristalina. As gemas nada mais são do que variedades do mesmo mineral, o coríndon (Al2O3).
O coríndon é um dos minerais mais 'duros' da natureza. Na escala de Mohs, apresenta 9 pontos, atrás somente do diamante. Composto químico formado por alumínio e oxigênio, a pedra em estado bruto é transparente, sendo suas cores diferenciadas por causa da ocorrência de “impurezas” que se agregam ao material.
A cor vermelha pela qual é conhecido o rubi é originada pela presença de ferro e de cromo em sua composição. Pequenas quantidades de cromo podem desenvolver um coríndon com um exuberante tom de vermelho; mas, se quantidades de ferro se misturarem à pedra, a tonalidade pode ser vista como um vermelho castanho, 'amarronzado'.
Já a safira, embora seja conhecida pelo tom azul profundo, a pedra também é encontrada na natureza em diversas tonalidades, havendo uma amplo espectro de cores para a gema, como o amarelo, laranja, rosa, roxo, e verde. Portanto, associar o termo 'safira' a um coríndon azul não é errado; mas, na verdade, todos os coríndons não vermelhos são classificados como safiras. A coloração azulada ocorre devido a presença do componente ferro ou titânio ao longo do processo de formação da pedra.

Significados das cores das gemas
- Vermelho – simboliza amor, coragem, autoconfiança e temperamento animado. Exemplos: coral, granada, rodolita, rubi e turmalina;
- Azul – simboliza paz, verdade e juventude. Exemplos: água-marinha, diamante azul, safira azul, topázio e turquesa;
- Verde – simboliza bem-aventurança, bondade, vitalidade e fertilidade. Exemplos: esmeralda, peridoto e safira verde;
- Amarelo – simboliza sabedoria, felicidade, disposição alegre, autoconfiança e capacidade de tomar as decisões certas. Exemplos: limão, safira amarela e topázio amarelo;
- Branco e transparente – simboliza pureza, fidelidade, inocência, perfeita harmonia entre alma e corpo, além de significar promessa de felicidade. Exemplos: diamante, pérola e safira branca.
Pedras Preciosas: o cruel garimpo
'Garimpo' é nome que se dá à atividade de extração de substâncias minerais como ouro, prata, diamantes e outros tipos de minérios. O garimpo pode ser desenvolvido a céu aberto em aluviões, em rochas aflorantes e em galerias escavadas na rocha (grutas e cavernas, por exemplo). O processo de escavação de uma mina pode ocorrer de forma industrial ou manual, sendo realizadas por mineradoras ou garimpeiros, respectivamente.
Os garimpeiros são pessoas que realizam por conta própria a escavação de jazidas minerais em busca de metais e pedras preciosas. Muitas vezes, elas fazem isso com o desejo de ficarem ricas com a venda dos achados que fazem, ou simplesmente buscam a sorte e arriscam a integridade física ao efetuarem um trabalho perigoso com o intuito de tirar o sustento.
Frequentemente, a mineração, seja mecanizada ou manual, é realizada sem qualquer planejamento e com o uso de técnicas prejudiciais ao meio ambiente, podendo provocar deslizamentos de terra, instabilidade no solo, contaminação da água e soterramento de minas com trabalhadores dentro. O garimpo também financia guerras e conflitos armados em algumas partes do mundo. Como representado no filme Diamante de Sangue (2006), do diretor estadunidense Edward Zwick, cujo enredo revela ao público o sofrimento que o mercado de diamantes impõe aos países africanos que possuem riquíssimas jazidas desse mineral.
'Diamantes de sangue', ou 'diamantes de conflito', referem-se aos minerais extraídos em zonas de guerra e vendidos para financiar grupos insurgentes, milícias e senhores da guerra. Esses conflitos são recorrentes na África; do continente são escavados cerca de dois terços dos diamantes comercializados no mundo. Além disso, os diamantes obtidos em uma zona conflitiva são normalmente extraídos por pessoas que trabalham em condições degradantes e análogas à escravidão.

Pedras Preciosas: Gemas e substâncias gemológicas
Substância gemológica é a denominação comum para gemas, metais nobres e pedras ornamentais. O estudo, aproveitamento e sistematização do conhecimento acerca desses compostos fazem parte da gemologia, uma especialidade da geologia. Essas substâncias, minerais ou orgânicas, são aproveitadas com várias finalidades:
- Adorno pessoal (brincos, colares, anéis, braceletes etc);
- Material artístico (esculturas, vasos, cinzeiros, pias, pesos de papel etc);
- Arquitetônico (pisos, revestimentos de paredes, escadarias, pedestais, colunas etc).