Telescópio Hubble identifica vapor persistente de água em lua de Júpiter

A presença de vapor persistente de água foi identificada em Europa, uma das luas que orbita Júpiter. A constatação foi possibilitada através de material coletado pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa

A presença de vapor persistente de água foi identificada em Europa, uma das luas que orbita Júpiter, embora em apenas um de seus hemisférios. A constatação foi possibilitada através de material coletado pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa. Muitas outras luas orbitam o planeta do Sistema Solar, mas Europa está entre as maiores, junto de Ganimedes, Io e Calisto.

Desde 2013, cientistas já sabiam da presença de vapor de água em Europa, resultante de plumas em erupção no gelo da superfície. As novas análises mostram existir vapor espalhado por uma área maior da lua. Uma atmosfera de vapor aquático é apontada somente no hemisfério posterior de Europa, parte que está sempre oposta à sua direção. Ainda não se sabe os motivos dessa diferença entre os hemisférios.

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As observações recentes, acessadas por meio das coletas do Hubble, elevam a compreensão dos cientistas sobre a atmosfera das luas geladas. Ainda, ajudam na construção de missões espaciais ao sistema de Júpiter, de modo a explorar a possibilidade de sustentação de vida em um ambiente a meio bilhão de milhas do Sol.

Pesquisa utilizou dados do Hubble de quatro anos diferentes

Conduzida pelo KTH Royal Institute of Technology, Space and Plasma Physics e publicada na revista Geophysical Research Letters, o estudo realizou nova análise de imagens e espectros de arquivo do Hubble. Foi utilizada uma técnica já conhecida, a qual recentemente levou à descoberta de vapor d’água na atmosfera de Ganimedes.

Foram utilizadas observações ultravioleta de Europa capturadas em 1999, 2012, 2014 e 2015, enquanto a lua estava em posições diferentes. Com isso, os pesquisadores determinaram a abundância de oxigênio na atmosfera da lua e concluíram a presença de vapor ao analisar a emissão de comprimentos de onda.

“A observação do vapor de água em Ganimedes e no lado posterior de Europa aumenta nossa compreensão da atmosfera das luas geladas”, comentou Lorenz Roth, um dos autores do estudo. “No entanto, a detecção de uma abundância de água estável em Europa é um pouco mais surpreendente do que em Ganimedes, porque as temperaturas da superfície de Europa são mais baixas”, explicou ele.

A superfície de Europa é 15,5ºC mais fria do que a de Ganimedes. Apesar da temperatura mais baixa, as descobertas recentes indicam que o gelo de água está sublimando (saindo do estado sólido diretamente para o vapor) em Europa, tal qual acontece em Ganimedes.

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