Mais de 6.000 pessoas foram removidas por risco de intoxicação após vulcão nas Canárias entrar em erupção
O encontro do magma em chamas com o mar nesta ilha atlântica pode provocar a emissão de gases tóxicos, segundo os cientistas
10:29 | Set. 21, 2021
A retomada da atividade do vulcão Cumbre Vieja obrigou à retirada de mais 500 pessoas, o que eleva para 6.000 o total de deslocados na ilha de La Palma, no arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, enquanto os fluxos de lava se aproximam cada vez mais da costa.
O encontro do magma em chamas com o mar nesta ilha atlântica pode provocar a emissão de gases tóxicos, segundo os cientistas. Para minimizar os riscos, as autoridades estabeleceram um perímetro de exclusão.
"Aparece uma nova boca eruptiva em Tacande, El Paso", tuitou o serviço de emergência do arquipélago na segunda-feira à noite (20), alertando sobre uma nova "retirada da população".
O anúncio gerou filas de carros durante a noite, segundo imagens da AFPTV.
"Cerca de 500 pessoas" tiveram de abandonar suas casas, confirmou na manhã desta terça-feira Lorena Hernández, vereadora municipal de Los Llanos de Aridane, uma das cidades mais afetadas pelos fluxos de lava.
A abertura desta nova boca eruptiva ocorreu depois de um novo terremoto de magnitude 4,1, às 21h32 locais (17h32 em Brasília), de acordo com o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).
Desde que o Cumbre Vieja entrou em erupção no domingo à tarde (19), cerca de 6.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas.
Embora não tenha deixado vítimas, esta erupção, a primeira desde 1971 nesta ilha de quase 85.000 habitantes, causou danos significativos. Os fluxos de lava incandescente já destruíram mais de 100 casa, além de causarem inúmeros danos materiais e naturais.
As impressionantes colunas cinzas e laranjas de lava descem do vulcão lentamente, destruindo árvores, estradas e casas no caminho, segundo as imagens divulgadas por moradores e autoridades.
Até o momento, o vulcão destruiu 166 construções, e o magma cobre 103 hectares de La Palma, informa o sistema europeu de observação espacial Copernicus. O órgão publicou no Twitter uma imagem de satélite da ilha com as áreas afetadas.
Agora, as autoridades locais esperam a chegada da lava ao mar. Inicialmente prevista para ontem à noite, ela foi adiada, porque os fluxos de lava desaceleram sua descida.
Esse contato preocupa os especialistas por sua potencial periculosidade. Pode gerar explosões, ondas de água com alta temperatura, ou nuvens tóxicas, de acordo com a página do United States Geological Survey (USGS).
O governo regional das Ilhas Canárias pediu aos curiosos que não se aproximassem da área e decretou um "raio de exclusão de 2 milhas náuticas", no entorno de onde os fluxos de lava devem desembocar.
O vulcão expele colunas de fumaça que chegam a centenas de metros de altitude e entre 8.000 e 10.500 toneladas de dióxido de enxofre por dia, segundo o Involcan. Apesar disso, o espaço aéreo da ilha não foi fechado.
O órgão administrador do aeroporto espanhol (Aena) anunciou hoje pela manhã (21) que todos os voos programados para segunda-feira no aeroporto de La Palma conseguiram operar. Outros 48 estão programados para esta terça.
O Cumbre Vieja está sendo monitorado há uma semana, devido à intensa atividade sísmica e, ainda conforme o Involcan, a erupção pode durar "várias semanas, ou alguns meses".