Dia do Sexo: fatores que podem interferir na qualidade do sexo
Saúde física e psicológica são fatores importantes. Especialista lembra que sexualidade é muito mais que o coito
12:31 | Set. 06, 2019
A data mais safada do ano é comemorada no dia 06 de setembro (6/9) por trocadilho à famosa posição sexual. Em 2019, sendo uma sexta-feira, as probabilidades de celebrar o Dia do Sexo são ainda maiores.
Práticas, comidas afrodisíacas, bebidas, sons e aromas são muitas vezes relatados como algo que ajuda no desempenho na cama. A individualidade, contudo, prevalece. O que funciona para um pode ser prejudicial a outro, é o que alerta a psicóloga clínica e terapeuta sexual Zenilce Bruno.
“É importante lembrar que a sexualidade é muito mais que a genitalidade, vai além do coito. A saúde física e mental e o relacionamento interpessoal também fazem parte desse conceito. Carinho, respeito, alegria e entrega são partes da relação. O coito é o fim da festa, é o último capítulo”, didatiza a especialista.
A professora Monique Rodrigues, 22, relata que, mesmo estando em um relacionamento heterossexual longo, de seis anos, ainda se sente inibida, muitas vezes. Para ela, o álcool sempre ajuda a tirar as tensões e a vergonha, deixando as fantasias rolarem. “Sou muito tímida e percebo que me solto bem mais. Um vinho, uma caipirinha... Sempre ajudam a desinibir. Então, acabo sendo um pouco mais amostrada. Parece que o tesão aumenta também e costumo ter vontades que normalmente não teria”, ri-se.
Conhecer a si mesmo é chave para o sucesso nas relações sexuais, de acordo com Zenilce. Assim, é possível se sentir mais à vontade. “A entrega e o envolvimento são dificuldades muito relatadas. Assim como a falta de apetite sexual em relações hetero, homo, bissexuais… Para prevenir isso, é necessário pensar com quem queremos nos envolver. A escolha é o passo mais importante, pensando em quem quero, como quero ser desejado, se quero que o outro me queira. A falta de desejo acontece às vezes porque não são respeitadas as vontades. Não falo no amor romântico, mas no gostar, no interesse”.
O estudante Leo de Lima, 19, concorda. Ele diz que o apetite sexual aumenta com a atração. Além da aparência física, o importante é a conversa agradável, o charme. “É a maneira que a pessoa tem de me conquistar. Nem todo mundo consegue isso. As preliminares são ainda mais importantes. Adoro os ‘segredos de liquidificador’, uma transa da língua com a orelha. Eu adoro fazer isso. É prazeroso”, pontua ele, lembrando que o uso de preservativo é essencial tanto para homens quanto para mulheres.
Leia ainda: Dia do sexo: confira dicas de produtos, práticas e novidades do mercado erótico
“Os produtos sensuais atuam a favor das relações íntimas, seja sozinho ou com um ou mais parceiros. Hoje, os homens dispõem de produtos que retardam a ejaculação, aumentam o ritmo e a libido, diminuem a ansiedade, dentre outras coisas”, pontua Vanessa Inhesta, sexóloga da empresa de produtos eróticos INTT.
Saúde de corpo e mente
A saúde física é importantíssima para o bom desempenho. Tabagismo, hipertensão e colesterol alto são indicadores de risco. Quem tem diabetes precisa estar em dia com o tratamento, já que uma das complicações da doença pode ser a disfunção sexual.
Benefícios podem ser percebidos com uma vida regrada, com alimentação correta e manutenção da resistência, com exercícios físicos regulares.
Nos homens, o diabetes pode causar distúrbios na ejaculação. Isso porque quando não controlada, a doença acarreta danos às paredes dos vasos sanguíneos que consequentemente afetam a circulação e o fluxo para o pênis.
Metade dos homens com mais de 50 anos com diabetes desenvolvem distúrbios na ejaculação, conforme dados da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Já nas mulheres, as altas taxas de glicose, lesões nos nervos e até a depressão podem ser fatores que afetam o desempenho sexual naquelas que têm diabetes. Alguns dos efeitos que elas podem sentir: falta de lubrificação, maior dificuldade em alcançar o orgasmo e aumento do risco de infecções urinárias, devido aos elevados níveis de glicose.
Referências
¹ Sociedade Brasileira de Diabetes. Saúde Sexual.
³ Associação Americana de Educadores em Diabetes. Sexualidade e Diabetes.