Anel de Einstein: fenômeno raro é capturado por telescópio; veja
Cientistas identificaram um raro anel de Einstein, oferecendo novas pistas sobre lentes gravitacionais e a matéria escura, desafiando antigas suposições
Um anel de Einstein recentemente descoberto, aninhado dentro de uma galáxia bem documentada, oferece novas percepções sobre lentes gravitacionais e os mistérios da matéria escura.
Cientistas analisando imagens iniciais do telescópio espacial Euclid identificaram o fenômeno impressionante: um anel perfeito de luz distorcida. Antes, acreditava-se que esse anel fosse uma galáxia, sendo registrado há mais de 100 anos.
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Lentes gravitacionais como essa — a mais próxima já encontrada pelos astrônomos — foram previstas por Albert Einstein em 1936, com base em sua teoria da relatividade geral. Na época, ele considerou que tal efeito seria impossível de observar.
Anel de Einstein: explicação do fenômeno
Segundo a Agência Espacial Americana (Nasa), um anel de Einstein é uma estrutura circular de luz gerada pela distorção gravitacional causada por uma galáxia, um aglomerado de galáxias ou até mesmo uma grande concentração de matéria escura. No caso desta descoberta, a galáxia de fundo está localizada a 4,42 bilhões de anos-luz da Terra.
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O alinhamento preciso desses objetos celestes resultou em um anel impressionante — um dos mais visualmente perfeitos já registrados.
A teoria da relatividade geral de Einstein prevê que objetos massivos deformam o tecido do espaço-tempo, fazendo com que a luz siga trajetórias curvas. Esse efeito, conhecido como lente gravitacional, permite que os astrônomos observem galáxias distantes que, de outra forma, permaneceriam ocultas.
Anel de Einstein: avistamento em uma galáxia distante
Localizada a cerca de 590 milhões de anos-luz da Terra, a galáxia NGC 6505 foi a responsável por gerar a lente gravitacional que formou o anel de Einstein recentemente descoberto.
Essa galáxia tem sido observada há mais de um século, mas sua capacidade de distorcer a luz de galáxias mais distantes permaneceu despercebida até que as imagens de alta resolução do Euclid a revelaram.
Tal descoberta destaca o quanto ainda há para ser explorado, mesmo em regiões do cosmos já amplamente estudadas.
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Anel de Einstein: visão exclusiva de telescópios
Os anéis de Einstein não são visíveis a olho nu, podendo ser observados apenas por telescópios espaciais, como o Euclid. O primeiro anel de Einstein foi descoberto em 1987 e, desde então, vários outros foram identificados.
No entanto, ainda não se sabe quantos desses anéis existem. O que se sabe é que eles são extremamente raros.
Além disso, seu estudo é fundamental para a investigação da matéria escura — um componente misterioso do universo, nunca detectado diretamente, mas que se acredita representar cerca de 85% da matéria total do cosmos.