Super explosão em estrelas acontece com mais frequência, diz estudo

Estrelas que têm comportamentos semelhantes ao do Sol foram objetos de um estudo para prever a frequência de explosões solares; entenda

As super explosões em estrelas semelhantes ao Sol podem acontecer com mais frequência do que os cientistas pensavam, sugere o estudo publicado na edição de 13 de dezembro de 2024 da revista Science.

Pesquisadores do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, localizado em Göttingen, Alemanha, descobriram que as explosões solares podem acontecer uma vez a cada século. O objetivo do estudo é tentar compreender o comportamento do astro rei, baseando-se nessas estrelas.

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ENTENDA o ciclo de vida de uma estrela

Super explosão em estrelas: como o estudo foi realizado?

No trabalho intitulado "Estrelas semelhantes ao Sol produzem super explosões aproximadamente uma vez por século", os cientistas usaram fotometria do observatório espacial Kepler para investigar super explosões em estrelas com parâmetros fundamentais semelhantes aos do Sol.

Eles identificaram 2.889 super explosões em 2.527 estrelas semelhantes ao Sol, de 56.450 observadas. De acordo com esta proporção, as explosões ocorrem uma vez a cada 100 anos.

Se o Sol tiver um comportamento semelhante, a próxima grande tempestade solar já deveria ter acontecido, já que a última foi registrada em 1859 (veja mais sobre este fenômeno abaixo). 

LEIA MAIS: O Sol pode 'engolir' a Terra e acabar com o planeta? Entenda

Tempestades solares são motivos de preocupação?

A preocupação com tempestades solares já foi assunto de estudo de outros cientistas. Nos últimos meses de 2023, um cientista da Universidade George Mason, em Virginia (EUA), trouxe a ideia de que tempestades solares poderiam resultar em problemas, levando a alguns meses sem internet em todo o planeta Terra.

Entretanto, o estudo realizado na Alemanha não necessariamente concorda com esta ideia. Por mais que os pesquisadores tenham analisado estrelas semelhantes ao Sol, o comportamento delas pode não refletir a mesma frequência de explosões solares.

Assim, o sol poderia não produzir super explosões uma vez a cada século.

Além disso, a Terra é afetada por tempestades solares o tempo todo e a maior parte delas é retida e não afeta a vida no planeta.

Os profissionais que monitoram esses fenômenos, como os controladores de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sabem como alertar para que os equipamentos que são afetados possam ser desviados ou desligados.

No caso das comunicações de navios, submarinos e aviões, eles simplesmente mudam a frequência da comunicação, ou então desviam rotas (no caso dos aviões) para proteger a tripulação da exposição à radiação.

Como a Terra é afetada por uma tempestade solar?

A primeira tempestade solar que afetou o planeta Terra foi registrada em 1º de setembro de 1859 pelos astrônomos britânicos Richard Carrington e Richard Hodgson.

Na época, o evento danificou equipamentos telefônicos na Europa e nos Estados Unidos, explica Keith T. Smith, editor da revista Science e pesquisador de astronomia e ciência planetária.

"Se uma tempestade geomagnética igualmente forte ocorresse hoje, isso causaria falhas nas redes elétricas, desligamento de satélites e outros danos econômicos", completa ele.

Devido a essas consequências que podem ocorrer com o Planeta, o desafio nestes estudos é identificar automaticamente as erupções estelares e garantir que as estrelas-alvo são suficientemente semelhantes ao Sol.

Com informações de Caynã Marques e Catalina Leite.

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