Colisão de sonda da Nasa com asteroide pode criar chuva de meteoros com duração de 100 anos
Colisão intencional de sonda da Nasa com asteroide pode criar, pela primeira vez na história, uma chuva de meteoros causada por humanos; confira
17:22 | Set. 06, 2024
Uma grande quantidade de detritos rochosos gerados por uma missão espacial da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa), pode criar, pela primeira vez na história, uma chuva de meteoros causada por humanos. O fenômeno pode durar 100 anos.
Em setembro de 2022, a sonda DART (Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos) da agência fez uma colisão intencional a uma velocidade de 24 mil km/h contra o asteroide Dimorphos, que orbita a rocha-mãe espacial Didymos.
Chuva de meteoros que pode durar 100 anos?
Na ocasião, estima-se que o impacto do teste com o corpo celeste tenha gerado quase mil toneladas de detritos rochosos e poeira, que podem começar a atingir tanto a Terra quanto Marte entre os anos de 2034 e 2054.
A partir desse período, a chuva de meteoros causada pelo impacto com o Dimorphos pode durar um século. As estimativas foram feitas em estudo conduzido por cientistas da Itália e da Espanha.
Essa será a primeira vez que uma chuva de meteoros ocorrerá a partir da interferência humana direta no ambiente cósmico.
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Colisão intencional de sonda com asteroide busca testar a capacidade humana de desviar um asteroide
O objetivo da missão em questão era o de testar a tecnologia de deflexão de asteroides, ou seja, se a colisão seria capaz de desviar a rota do corpo celeste em caso de risco para o planeta Terra.
Para isso, a nave atingiu o astro a uma velocidade de 24 mil km/h, o que ocasionou o desvio da rota do Dimorphos e na mudança do aspecto da estrutura rochosa, gerando os fragmentos dispersos após o choque.
Tanto o asteroide atingido quanto a rocha-mãe espacial Didymos não estão em rota de colisão com o Planeta e, portanto, não são uma ameaça à vida na Terra. Contudo, os destroços da colisão intencional podem seguir em direção à atmosfera terrestre.
Colisão de sonda da Nasa com asteroide gerou cerca de 3 milhões de fragmentos
As previsões dos cientistas foram feitas com base em dados coletados por um satélite que acompanhou o DART durante a missão, o LICIACube, da Agência Espacial Europeia (ESA).
Com as imagens capturadas pelo satélite e uma análise minuciosa, os cientistas foram capazes de simular as rotas e as velocidades de cerca de 3 milhões de fragmentos liberados no impacto do teste com o asteroide.
Os fragmentos chegam a ter o tamanho de um smartphone
O material resultante da colisão com o Dimorphos é visível e varia desde partículas semelhantes a grãos de areia até rochas com o tamanho de um telefone celular. Esses fragmentos não apresentam risco algum ao Planeta.
Além disso, a combinação da alta velocidade e do tamanho reduzido desses materiais pode gerar um show de luzes no céu, que poderá ser visto quando eles entrarem na atmosfera terrestre.