Uma anatomia celestial: entenda o ciclo de vida de uma estrela

Como as estrelas se formam, quais são os tipos tipos de estrela? Especialistas explicam a influência da gravidade e o tempo de vida até a chamada supernova

No fim da tarde, o céu ganha novas tonalidades e o azul escurece, anunciando que a noite está chegando e com ela, a lua e as estrelas focarão visíveis. Mas nem precisa ser à noite, durante do dia uma estrela enorme nos presenteia com a sua luz: o Sol.

Aqueles brilhos que enfeitam o céu quase sempre roubam a nossa atenção quando paramos para admirá-los. As estrelas sempre estiveram ali, só esperando a sua “chance de brilhar”, e, diga-se de passagem, admirar as estrelas é reconfortante.

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E é provável que já tenha surgido a dúvida do que é aquele ponto luminoso, como ele surgiu, do que ele é feito, como ele se forma e até qual o tempo de vida que ele tem.

O que são estrelas e como elas se formam

Os pingos de luz miudinhos não são pingos de luz miudinhos. Conforme o doutor Ednardo Carvalho, professor de astronomia da Astro Corp, “estrelas são gigantescas bolas de gás ionizado como hidrogênio e hélio". "Mas a sua principal característica é que a energia provém do processo de fusão nuclear e, por isso, possuem luz própria.”

Rodrigues explica que, baseando-se no princípio antrópico, o universo é como é porque se fosse diferente o ser humano não existiria. Isso porque as estrelas têm uma função importante na geração de átomos do corpo justamente pelo processo de fusão nuclear. “É na estrela que o hidrogênio vira hélio, carbono, nitrogênio, oxigênio e todos os átomos essenciais para a vida”, descreve.

As estrelas se formam a partir de uma nuvem de gases que se condensam por influência da gravidade. O doutor em astrofísica e diretor do Instituto de Astronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Thiago Gonçalves, aponta que dependendo das condições, a gravidade causa a implosão da nuvem.

“Quando acontece de maneira catastrófica, significa que a gravidade se sobressai a qualquer outra força para fora, e essa nuvem acaba colapsando sobre o próprio peso e formando uma estrela. As condições são tão extremas que a única coisa que é capaz de parar esse processo é a fusão nuclear, o processo energético que ajuda a suportar o peso da estrela”, explica.

Em quanto tempo uma estrela se forma?

“O tempo que leva para a estrela se formar é algo muito variável, depende basicamente da quantidade de matéria que havia disponível no fragmento do qual ela se originou”, explica Romário Fernandes, capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) e professor de Astronomia.

Fernandes alinha que quando existe muita massa disponível, há um processo mais rápido para a formação da estrela. “Quanto mais massa o fragmento original tiver, mais rápido ele se torna uma estrela, ele atravessa a etapa de proto estrela e se torna uma estrela”, pontua.

O astrônomo complementa dizendo que quando o fragmento se torna uma estrela, ele evolui mais rápido. No processo de evolução estelar, ela passa pelas fases de sua vida mais rapidamente, sendo as estrelas menores mais frias e com maior tempo de vida – que inclusive são as mais numerosas do universo, as conhecidas estrelas vermelhas.

Do vermelho ao violeta, a temperatura define a cor de uma estrela

E assim como os planetas, as estrelas também apresentam cores que variam de acordo com a sua temperatura. Fernandes conta que, ao contrário do normal aqui na terra, onde o violeta seria a cor mais fria e o vermelho a cor mais quente, as estrelas invertem a ordem do arco-íris – com exceção do verde por problema na visão humana que salta do amarelo direto para o branco.

As estrelas vermelhas são as menores e mais frias estrelas do universo que nascem do fragmento de nuvem que alcança apenas dez milhões de graus, não mais que isso. Vermelho porque, paradoxalmente, é a cor mais fria.

“Quando temos um objeto na temperatura ambiente da terra, estamos emitindo luz só que pela faixa do infravermelho, que os olhos não vêem. Quando você esquenta mais as coisas, a primeira faixa de radiação eletromagnética na qual a emissão começa acontecer é no vermelho, que é a faixa mais longa e menos energética”, explica.

“Quando a temperatura é maior, mais energética a onda fica. Então são as cores do arco-íris de forma contraintuitiva, temos estrelas vermelhas, laranjas, amarelas, brancas, azul claro e azul escuro. A cor depende da temperatura e a temperatura depende da massa”, detalha.

Tipos de estrelas

Anãs Marrons
Anãs Amarelas - o Sol
Gigantes Vermelhas
Gigantes Azuis
Anãs Branca
Estrela de Nêutrons
Nebulosa Planetária

O tempo de vida até uma supernova

Em algum momento já deve ter surgido a dúvida sobre o tempo que uma estrela tem de vida até chegar a explosão da supernova, ou seja, a explosão de uma estrela massiva.

De acordo com o professor da AstroCorp, Ednardo Rodrigues, isso depende de sua massa. “Uma estrela anã amarela como o Sol vive cerca de dez bilhões de anos. Estrelas gigantes azuis vivem pouco tempo, apenas alguns milhões de anos”, pontua.

Ele cita ainda que, quanto mais massa, mais rápido elas chegam ao final da vida e que isso ocorre porque “estrelas de grande massa possuem pressão e temperatura muito altas, isso favorece a síntese de elementos químicos por meio da fusão nuclear”.

Quando uma estrela está no fim de sua vida, pode-se pensar em dois caminhos – pensando em sua massa –, é o que explica o professor Thiago Gonçalves.

Estrelas menores/menor massa: viram anãs brancas no fim de sua vida. A priori elas param a fusão nuclear, pois acaba o combustível no centro da estrela que a sustenta, perdem um pouco das suas camadas externas ficando apenas um caroço pequeno – aproximadamente do tamanho da terra –, que tem o nome de anã branca. Segue brilhando ainda por algum tempo e perdendo a energia de forma lenta.

Estrelas maiores/maior massa: quando acaba o combustível que as sustentam, o processo de morte é mais violento. Quando o combustível chega ao fim, acontece uma implosão que causa uma liberação de energia que recebe o nome de supernova, que é a morte da estrela massiva. Uma supernova pode deixar para trás uma estrela de neutrons, uma anã branca – em casos raros – ou um buraco negro.

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