Núcleo da Terra está desacelerando e pode afetar duração dos dias
Uma pesquisa observou que a rotação do núcleo da Terra começou a ficar mais devagar em 2010 e pode afetar a duração dos dias. Entenda como
12:47 | Jun. 14, 2024
Um novo estudo confirmou que a rotação do núcleo interno da Terra desacelerou nos últimos anos e abriu questões sobre como os habitantes do planeta podem ser afetados. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, 12, na revista científica Nature.
Liderados por uma equipe da Universidade do Sul da Califórnia (USC), os pesquisadores apontam que a mudança na rotação do núcleo poderia alterar a duração dos dias – embora apenas por algumas frações de segundo.
Desaceleração do núcleo da Terra
A rotação do núcleo interno da Terra tem sido tema de debate, pois algumas pesquisas sugeriam que ela é mais rápida do que a superfície do planeta.
Porém, o estudo da USC revelou que o núcleo interno, na verdade, está diminuindo sua velocidade de rotação e movendo-se mais lentamente do que a superfície da Terra.
A aparente desaceleração em relação à superfície parece ter começado por volta de 2010. O estudo acredita que pode ser devido ao movimento constante do núcleo externo de ferro líquido que gera o campo magnético da Terra ou à atração de forças gravitacionais.
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Desaceleração do núcleo da Terra: como isso afeta o planeta?
Mudanças na velocidade, reversões e oscilações no núcleo interno são comuns. Por isso, ainda não há indicação de que a desaceleração resultará em um desastre futuro.
O que pode ocorrer são pequenas mudanças na duração dos dias e das noites. O estudo recente contribui para a compreensão dos mistérios das profundezas geológicas, os quais podem auxiliar com informações sobre a origem do planeta.
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Onde fica o núcleo da Terra?
Originalmente, a Terra é formada por quatro camadas principais, como explica a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa). São eles o núcleo interno, o núcleo externo, o manto e a crosta.
O núcleo interno é uma bola superquente e superdensa de ferro e níquel que se acredita ter cerca de dois terços do tamanho da Lua. Localizado a mais 4.800 quilômetros abaixo da superfície, ele está longe de ser um objeto fácil de estudar.
Para realizar o estudo, a equipe analisou leituras de 121 terremotos repetidos registrados entre 1991 e 2023 em torno das Ilhas Sandwich do Sul, no Atlântico Sul. Eles também acrescentaram dados de vários testes nucleares para conseguir obter os dados.
Apesar de pequeno em comparação ao restante do planeta, o núcleo interno tem papel fundamental para geração do campo magnético que protege os seres vivos dos raios cósmicos.