Qual a cor de um ET? Cientistas apostam no roxo; entenda

Fotossíntese de planetas parecidos com a Terra acontecem de forma distinta e fazem com que bactérias floresçam com a cor roxa; entenda

21:56 | Abr. 24, 2024

Por: Caynã Marques
Cientistas querem encontrar vida extraterrestre roxa (foto: Reprodução/ Universidade Cornell)

Em um estudo público, cientistas da Universidade de Cornell (EUA) e do Instituto Carl Sagan mostram que em diversos planetas com características semelhantes à Terra podem existir seres vivos com uma cor mais próxima do roxo.

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Essa evidência surgiu por meio do estudo que comprovou que a fotossíntese ocasionada pela radiação infravermelha invisível seria viável. A pesquisa foi publicada recentemente na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 

Um dos principais objetivos era mostrar como os observatórios espaciais poderiam — e deveriam — procurar sinais reveladores de vida roxa ao observar planetas distantes além do Sol, chamados exoplanetas.

Os cientistas colheram diversas bactérias de cor roxa de diferentes ecossistemas, como lagos e pântanos em Massachusetts e Nova Iorque, nos Estados Unidos, medindo seus pigmentos vibrantes e a forma como emitem luz.

Em seguida, eles simularam as “assinaturas de luz”, a cor e as impressões digitais químicas que seriam visíveis na luz refletida de um planeta alienígena e descobriram que essas bactérias roxas gerariam assinaturas vívidas e identificáveis.

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Cor de ET: "Roxo pode ser o novo verde"

Novas pesquisas de astrobiólogos sugerem que a vida em outros lugares pode produzir energia com diferentes tipos de luz solar e usar compostos com pigmentos roxos em vez de verdes, bastante referenciado por ser o mais facilmente identificável na Terra.

A cientista que liderou a pesquisa é a portuguesa Lígia Fonseca Coelho, que trouxe a teoria de que o "roxo pode ser o novo verde", co-relacionando o verde natural da Terra com o pressuposto na pesquisa que pode ser encontrado a partir de um certo tipo de fotossíntese em outros planetas.

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“As bactérias roxas podem prosperar numa vasta gama de condições, tornando-as em um dos principais candidatos à vida que poderá dominar uma variedade de mundos”, afirmou a pesquisadora.

Cor de ET: necessidade de catalogação

Até 75% de todas as estrelas da galáxia são estrelas anãs vermelhas, o que leva os cientistas a especular se a vida pode surgir em um exoplaneta anão vermelho, e como seria se isso acontecesse e como poderíamos detectá-la.

"É necessário criar um banco de dados para sinais de vida para garantir que nossos telescópios não os percam de vista caso não se pareçam exatamente com os que encontramos ao nosso redor todos os dias", acrescentou Lisa Kaltenegger, coautora do estudo.

Usando a vida na Terra como guia, a equipe multidisciplinar de cientistas está catalogando as cores e assinaturas químicas que uma ampla gama de organismos e minerais apresentaria na luz refletida de um exoplaneta.

Lígia Fonseca coletou e cultivou amostras de mais de 20 bactérias roxas sulfurosas e roxas não sulfurosas que podem ser encontradas em uma variedade de ambientes, desde águas rasas, costas e pântanos até fontes hidrotermais profundas.

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Cor de ET: a Terra poderia ter sido roxa?

É até possível que essas bactérias roxas tenham florescido na Terra primitiva. afinal, o nosso planeta só teve oxigênio durante cerca de metade dos seus 4,5 mil milhões de anos de vida.

Houve um tempo que antes de plantas verdes cobrirem o mundo, diferentes bactérias, sobrevivendo por meio de diferentes processos químicos, podem ter prosperado.

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