Que horas são na Lua? Nasa pretende responder pergunta até 2026

A agência espacial foi encarregada de estabelecer um tempo lunar coordenado para missões; entenda processo

22:58 | Abr. 22, 2024

Por: Penélope Menezes
Lua: entenda desafio para um tempo lunar coordenado em missões para a Nasa (foto: Mike Petrucci/Unplash)

Um memorando enviado pelo escritório de Política Científica e Tecnológica dos EUA no início de abril pretende estabelecer um fuso horário padrão para a Lua. A tarefa foi solicitada à agência espacial Nasa para o final de 2026.

O Tempo Lunar Coordenado (CLT, na sigla inglesa) faz parte de esforços das agências federais no país em desenvolver a padronização do tempo celestial, com foco inicial na superfície lunar e em missões que operam no espaço cislunar (espaço entre a Terra e a Lua).

“A liderança dos EUA na definição de um padrão adequado - que atinja a precisão e a resiliência necessárias para operar no desafiador ambiente lunar - irá beneficiar todas as nações espaciais”, relata o memorando da Casa Branca.

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Um ano antes, em 2023, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou informações sobre a necessidade de um tempo de referência lunar em comum. Entre os tópicos citados no debate, apresentava-se a definição de uma hora lunar independente na Lua ou mantida sincronizada com a Terra.

O órgão europeu destacou que os relógios na Lua funcionam mais rápido do que os seus equivalentes terrestres – ganhando cerca de 56 microssegundos ou milionésimos de segundo por dia.

‘Que horas são na Lua?’: relatividade representa desafio

No memorando enviado à Nasa, a relatividade geral e especial são destacadas como a explicação para que “a duração de um segundo definido na Terra pareça distorcida para um observador sob diferentes condições gravitacionais, ou para um observador movendo-se a uma alta velocidade relativa”.

“Na Lua, sincronizar cada recurso lunar com um padrão de tempo baseado na Terra é difícil - devido aos efeitos relativísticos, eventos que aparecem simultaneamente na Terra (por exemplo, o início de um sinal de transmissão) não são simultâneos a um observador na Lua”, completa.

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