Satélite de mais de 2 toneladas deve cair na Terra nesta quarta-feira, 21
A queda ocorrerá 13 anos após o fim das atividades do satélite na órbita terrestre, dentro do prazo estimado; saiba a origem e os riscos da queda do satéliteChamado de European Remote Sensing 2 (ERS-2), o satélite de cerca de 2,3 toneladas pioneiro da Agência Espacial Europeia (ESA) deve cair na Terra nesta quarta-feira, 21.
O monitoramento e rastreamento do satélite têm sido feitos pelo Escritório de Detritos Espaciais da agência e por uma rede de vigilância internacional.
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De acordo com a última atualização da agência, a margem de erro para essa previsão é de aproximadamente 1,44 hora. É possível acompanhar as atualizações do monitoramento do satélite ao vivo no site da ESA.
Conforme comunicado da ESA, a reentrada da espaçonave é “natural” e, por isso, não é possível realizar manobras, tampouco saber com precisão onde e em que momento o ERS-2 irá entrar na atmosfera e começar a queimar.
É possível saber exatamente onde e quando o objeto vai cair?
A atividade solar é imprevisível e influencia a densidade da atmosfera terrestre e o modo como ela interage com o satélite. Isso impede que haja uma previsão exata do horário da queda do objeto, sendo necessária a marcação de uma margem de erro.
O ERS-2 está a cerca de 80 quilômetros acima da superfície terrestre. Espera-se que o satélite se despedace ao adentrar na atmosfera e que a maioria dos detritos queime durante a queda.
Quais os riscos dos fragmentos do satélite de 2 toneladas chegar à superfície do planeta?
A agência afirma que há a possibilidade de alguns fragmentos mais resistentes ao calor da reentrada chegarem à superfície do planeta, mas não conterão substâncias nocivas e, dificilmente, atingirão áreas povoadas e causarão danos.
Segundo a ESA, as chances de uma pessoa sofrer ferimentos causados pela queda de detritos espaciais a cada ano são inferiores a 1 em 100 bilhões. Isso corresponde a cerca de 1,5 milhão de vezes menos chances que o risco de morrer em acidentes domésticos.
Qual a origem do satélite ERS-2
Lançado pela primeira vez em 21 de abril de 1995, o satélite de observação da Terra European Remote Sensing 2, na época, foi o satélite com a tecnologia mais aprimorada a ser desenvolvido e lançado pela Europa.
Em conjunto com o “gêmeo” dele, o ERS-1, também lançado ao espaço na década de 1990, o satélite recolheu dados importantes sobre as calotas polares, oceanos e litosfera do planeta e monitorou desastres como inundações e terremotos em áreas remotas.
A dupla de satélites, ERS-1 e ERS-2, foi chamada de "avôs da observação da Terra na Europa".
De acordo com a ESA, até hoje, os dados coletados pelo ERS-2 são utilizados.
Em 2011, a agência resolveu dar fim às atividades do satélite e retirá-lo de órbita para evitar o aumento do redemoinho de lixo espacial em órbita da Terra.
O satélite executou 66 manobras de desorbitação entre julho e agosto de 2011 antes de a missão ser oficialmente concluída no fim daquele ano, em 11 de setembro.
As manobras consumiram o combustível restante do satélite e reduziram a altitude dele, pondo a órbita do ERS-2 em uma trajetória para espiralar lentamente mais próximo à Terra e reentrar na atmosfera dentro de 15 anos a partir dali.