Ciência: Brasil produz 798% mais que em 1996, com 21% mais impacto
Números estão em relatório da editora Elsevier e a da agência de notícias Bori, especializadas em divulgação científica; quantidade segue menor que em 2016Nos últimos 28 anos, a Ciência no Brasil passou não apenas a produzir mais, como também se tornou mais relevante no mundo. A conclusão é de um relatório da editora Elsevier, especializada em publicações acadêmicas, em parceria com a agência de notícias Bori, que foca em divulgação científica.
Segundo o documento, a publicação de artigos, nacionalmente, aumentou 798% entre 1996, primeiro ano da coleta de dados, e 2022. O impacto da produção científica brasileira, em relação à média global, subiu 21% no período.
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Para chegar ao segundo número, foi usado um indicador chamado "impacto ponderado de citações por campo" ("Field Weighted Citation Impact", FWCI na sigla em inglês). Ele compara o número de citações a uma pesquisa em outros estudos à média mundial, naquela área de conhecimento, de menções a um material do mesmo tipo (como um artigo ou uma tese).
Por exemplo, se um artigo foi mencionado em outras 15 pesquisas, mas a média para a área de conhecimento é de apenas 10 citações, ele terá FWCI de 1,5. Se ele foi referência em somente 8 estudos, o FWCI será 0,8.
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O FWCI médio de um país é a soma do índice de cada pesquisa publicada nele, dividido pela quantidade de publicações. Este número indica o impacto que a produção científica daquele país tem em relação à média mundial (cujo valor é sempre 1).
O estudo calculou estes valores apenas para artigos científicos. Foi calculado o FWCI médio de países com mais de 10 mil artigos publicados anualmente - 51 ao todo. Em 1996, o índice médio, no Brasil, era de 0,7. Com o aumento de 21%, chegou a 0,85 em 2022.
No entanto, o valor brasileiro segue abaixo da média histórica. O maior FWCI médio do País foi em 2016: 0,96 quase igualando a média mundial. À exceção de 2021, o índice tem tido queda constante desde então.
O total de trabalhos acadêmicos produzidos no período seguiu caminho inverso: em crescimento contínuo desde 1996, sofreu uma redução em 2022. Ainda assim, o valor é nove vezes maior que no início da coleta de dados: foram 8,3 mil no primeiro ano, quantidade que passou a 74,6 mil em 2022.
Para Estêvão Gamba, e cientista de dados da Agência Bori e um dos organizadores do estudo, os números indicam que o Brasil está "se aproximando gradualmente" da média mundial de impacto científico. Ele avalia o aumento da produção acadêmica e da quantidade de citações como "considerável".
Ao fim do relatório, os organizadores pontuam que as métricas usadas são apenas uma entre diversas maneiras possíveis de avaliar o impacto acadêmico das pesquisas de um país. Segundo Gamba, para a próxima edição do levantamento o objetivo é estudar o aspecto colaborativo da produção científica nacional, "abrangendo colaborações nacionais, internacionais e com empresas do setor produtivo".
Fonte: Agência Bori
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