Home office reduz em até 54% no índice das emissões de gases poluentes, diz estudo

A pesquisa foi feita pela Universidade Cornell junto a Microsoft

21:41 | Out. 04, 2023

Por: Gabriela Monteiro
Teletrabalho, home office ou trabalho remoto. (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um novo estudo elaborado por cientistas da Universidade Cornell e da Microsoft apontou que trabalhar em casa traz benefícios ao meio ambiente, dentre eles a diminuição da emissão de carbono da empresa.

Se comparar a rotina de quem vai sempre ao local de trabalho, quem trabalha todos os dias remotamente tem a capacidade de diminuir em 54% a emissão de gases poluentes. Em caso de trabalho híbrido dois dias por semana, a diminuição é de 11% e 29% para quem trabalha quatro dias em casa.

Intitulado “Os potenciais de mitigação climática do teletrabalho são sensíveis às mudanças no estilo de vida e no local de trabalho, em vez do uso das TIC”, o estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Em entrevista ao The Washington Post, o gerente de pesquisas da Microsoft, Longgi Yang, explica que para que os benefícios tenham grandes impactos, é preciso que o trabalho remoto seja constante.

“Este estudo fornece dados muito importantes para uma dimensão com a qual as pessoas se preocupam muito quando decidem uma política de trabalho remoto”, finaliza. Como exemplo, os estudiosos utilizaram dados sobre teletrabalho e deslocamentos diários de funcionários da Microsoft.

Na pesquisa, eles observaram cinco tipos de emissões, incluindo o uso de energia em casa e no escritório. Nela, constatou-se que as viagens não relacionadas ao trabalho cresceram para os trabalhadores remotos.

Ao jornal The Guardian, um dos autores da pesquisa e professor da Cornell, Fengqi You, diz que quem afirma que não emite CO2 está enganado, já que o impacto de se trabalhar remotamente é avaliar estas emissões.

“Quando as pessoas trabalham remotamente, tendem a gastar mais emissões em atividades sociais”, comenta. You pontuou ainda que as residências nem sempre são eficientes em termos energéticos quanto os prédios comerciais e que as impressoras utilizadas em escritórios são mais eficientes que as usadas em casa.

“Embora o trabalho remoto mostre potencial na redução da pegada de carbono, a consideração cuidadosa dos padrões de deslocamento, do consumo de energia dos edifícios, da propriedade de veículos e das viagens não relacionadas ao deslocamento é essencial para concretizar plenamente seus benefícios ambientais”, afirma o estudo.

A pesquisa pode ser lida na íntegra pelo site da revista, onde os dados podem ser vistos e entendidos de forma clara.