Vermes que ficaram adormecidos por 46 mil anos voltam à vida
A descoberta foi publicada na revista PLOS Genetics; entenda
19:21 | Jul. 30, 2023
Cientistas da Alemanha conseguiram reanimar um verme microscópico, que sobreviveu após ficar 46 mil anos congelado em um solo na Sibéria. Esse é ser mais antigo a voltar à vida. O estudo foi publicado na revista PLOS Genetics.
Os nematoides, que são uma tipo de verme, pertencem a uma nova espécie que ainda não tinha sido descrita, a Panagrolaimus kolymaensis.
O verme voltou à vida após descongelamento
Eles foram encontrados em 2002, numa toca fossilizada de esquilo em uma permafrost - um tipo de solo com uma camada de gelo que, em tese, não derrete -, próximo ao rio Kolyma, no nordeste do Ártico.
A datação foi feita através de . Os cientistas puderam descobrir que os nematoides estavam em estado de dormência, chamado de criptobiose. O verme voltou à vida após descongelamento proposital dos cientistas.
Verme adormecido é o mais antigo da história
"É superfascinante ver de repente a vida, animais vivos rastejando para fora de um pedaço de solo que está congelado há 46 mil anos", disse o Dr. Philipp Schiffer, da Universidade de Colônia, em entrevista à Reuters.
Essa descoberta mostrou, então, que a criptobiose do Panagrolaimus kolymaensis foi a mais longa já documentada. Os recordistas anteriores pertenciam às espécies Plectus murrayi, 25,5 anos, e Tylenchus polyhypnus, 39 anos.
Schiffer diz que estudar essas criaturas poderiam, em um dia no futuro, ajudar no esforço para conservação à medida que o clima da Terra muda.
“Podemos aprender coisas que podem nos informar para talvez salvar espécies ameaçadas e pensar em medidas de proteção e todas essas coisas”, disse o estudioso.
Veja vídeo dos vermes que voltaram à vida
Vermes que ficaram adormecidos por 46 mil anos voltam à vida: https://t.co/khQAmuR5WR pic.twitter.com/vgXOO4umuH
— O POVO (@opovo) July 30, 2023Ainda que exista a possibilidade, o cientista não vê grandes riscos em que organismos antigos descongelados possam abrigar patógenos perigosos.
"É algo possível. E com o Covid, todos nós vimos o que pode acontecer de repente. Mas eu não diria que há um perigo iminente dessas formas trazerem algumas bactérias que de repente começam a matar humanos", disse ele.