Produção científica brasileira caiu pela primeira vez em 2022

Média mundial ficou em 6,1% de crescimento, mas Brasil faz parte de 23 países que tiveram queda na produção de ciência entre 2021 e 2022

06:50 | Jul. 24, 2023

Por: Bemfica de Oliva
Com queda de 7,4% na produção científica, Brasil empatou com a Ucrânia e teve pior resultado entre os países analisados (foto: Ousa Chea/Unsplash)

A produção de ciência no Brasil caiu 7,4% na comparação entre 2021 e 2022, segundo a editora de periódicos científicos Elsevier. Foi a primeira vez, desde que os dados começaram a ser coletados, que o País registrou queda.

No ano passado, a produção científica mundial cresceu, em média, 6,1% em relação ao período anterior. O Brasil, porém, faz parte dos 23 países que apresentaram diminuição.

A análise é feita com a listagem de nações que publicaram mais de 10 mil artigos científicos no ano - para 2022, foram 51 países. O relatório da Elsevier, em parceria com a agência de notícias Bori, mostra também cenários de grande alta: Índia e China registraram aumento próximo a 20%.

No caso do Brasil, o alerta não ocorre apenas por ser a primeira vez, em quase três décadas, que a produção científica diminuiu. A queda registrada pelo País foi a pior entre todos os analisados, empatando com a Ucrânia - que, desde fevereiro daquele ano, está em estado de guerra devido à invasão russa.

Ao todo, 35 órgãos no Brasil foram analisadas, sob o critério de ter produzido pelo menos mil artigos científicos no período. Entidades como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apesar de não serem instituições de ensino superior, atendem ao requisito e têm dados presentes no relatório.

Destas 35 entidades, somente a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, não apresentou redução no número de artigos publicados. O crescimento, porém, foi de menos de 1%. A Embrapa, que sofreu a maior diminuição, teve queda de quase 20% na produção científica.

Entre as áreas de conhecimento, inclusive, a de Ciências Agrárias foi a mais impactada, com 13,7% menos artigos - quase o dobro da média. Ciências Sociais, com produção 0,8% menor, foi o campo menos afetado.

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