ExxonMobil previu com precisão aquecimento global, diz estudo
Segundo pesquisadores, petrolífera tinha detalhes, desde os anos 1970, de danos ambientais causados pela queima de combustíveis fósseis, mas escondeu dadosA petrolífera ExxonMobil, uma das maiores do ramo, sabia há mais de 40 anos sobre os impactos ambientais causados pela queima de combustíveis fósseis. A descoberta foi feita por cientistas que analisaram documentos internos da empresa e publicada nesta sexta-feira, 13, no periódico científico Science.
Segundo os pesquisadores, desde 1977 cientistas a serviço da empresa elaboraram modelos que previam, com precisão, as alterações climáticas. Os resultados das análises, quando considerado o aumento mundial no uso de derivado de petróleo, chegaram a números similares aos vistos atualmente.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A investigação descobriu que, entre 1977 e 2003, entre 63% e 83% das pesquisas financiadas pela ExxonMobil encontraram resultados extremamente próximos ao problema atual das mudanças climáticas.
Dentre as previsões, estão o aumento da temperatura média da Terra em 0,2°C por década e que o aquecimento global só seria detectado com precisão por volta do ano 2000.
NEW: In @ScienceMagazine today, our latest peer-reviewed research shows Exxon scientists predicted global warming with shocking skill & accuracy between 1977 & 2003, contradicting the company's decades of climate denial. THREAD.
— Geoffrey Supran (@GeoffreySupran) January 12, 2023
No pay wall for 2 weeks: https://t.co/JDtT9nkbzC pic.twitter.com/fgIPKrl39V
Ainda assim, no entanto, a ExxonMobil decidiu não divulgar as descobertas. Para além disso, a empresa continuou financiando grupos que negavam as mudanças climáticas.
Segundo Geoffrey Supran, um dos cientistas responsáveis pelo artigo, as descobertas "confirmam cumplicidade" da ExxonMobil com o negacionismo científico. Para ele, há "evidência estatisticamente rigorosa" de que a empresa sabia sobre os riscos ambientais da queima de combustíveis fósseis, mas preferiu desacreditar ambientalistas e cientistas que alertavam sobre mudanças climáticas.
A ExxonMobil negou as acusações. Em nota enviada à Folha de S. Paulo, disse que "esta questão surgiu diversas vezes nos últimos anos", mas já foi avaliada na Justiça.
"Em 2019, o juiz Barry Ostrager, da Suprema Corte do Estado de Nova York, ouviu todos os fatos em um caso relacionado e escreveu: 'O que a evidência em julgamento revelou é que os executivos e funcionários da ExxonMobil estiveram comprometidos de maneira uniforme em desempenhar rigorosamente seus deveres da maneira mais abrangente e meticulosa possível. Os depoimentos destas testemunhas demonstraram que a ExxonMobil tem uma cultura de análise, planejamento, contabilidade e reportes disciplinados.'", citou a companhia.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente