Fusão nuclear: pesquisa gera avanço histórico na geração de energia limpa

Descoberta de pesquisadores nos EUA pode ajudar na criação de fontes limpas e renováveis de energia. Custos para expandir esta tecnologia, porém, é enorme

15:10 | Dez. 13, 2022

Por: Gabriel Gago
Administrador Adjunto da Administração de Segurança Nuclear Nacional para Programas de Defesa, Marvin Adams, segura um cilindro que ele diz ser semelhante ao usado pelos Laboratórios Nacionais Lawrence Livermore para um avanço na pesquisa de fusão nuclear (foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira, 13, um avanço histórico na fusão nuclear, algo que pode revolucionar a produção de energia na Terra. O Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), ligado ao Departamento de Energia americano, informou, via Twitter, que seu experimento "produziu mais energia de fusão do que a energia laser usada" para causar a reação.

BREAKING NEWS: @ENERGY and @NNSAnews today announced the achievement of #FusionIgnition at @lasers_llnl — a major scientific breakthrough decades in the making that will pave the way for advancements in national security and clean energy: https://t.co/ree9UAJSkf pic.twitter.com/w3oBH06pe8

— Lawrence Livermore National Laboratory (@Livermore_Lab) December 13, 2022

Por ser considerada pelos cientistas uma fonte de energia limpa, abundante e segura, ela possibilita a quebra do uso de combustíveis fósseis, o que resolveria problemas complexos e emergentes da humanidade, como o fornecimento de energia limpa para combater as mudanças climáticas e manter um impedimento nuclear sem a necessidade de testes nucleares.

Jennifer M. Granholm, secretária de Energia, aponta, em entrevista coletiva, que o trabalho "ficará nos livros de história”, por ser considerada uma conquista que vinha há décadas sendo buscada.

Durante comunicado nesta terça, a diretora da LLNL, Kim Budill, afirmou que “atravessar este limiar é a visão que conduziu 60 anos de busca dedicada. Esses são os problemas para os quais os laboratórios estadunidenses foram criados para resolver. Alcançá-lo é um triunfo da ciência, da engenharia e, acima de tudo, das pessoas."

No laboratório em que o experimento foi conduzido, a construção custou cerca de US$ 3,5 bilhões (equivalente a R$ 18,43 bilhões). O preço do ITER, outro projeto que visa atingir a próxima fase na evolução da energia nuclear como meio de gerar eletricidade isenta de emissões, até agora, ultrapassa a casa dos US$ 20 bilhões (R$ 112,7 bilhões), inviabilizando a expansão dos dois projetos para os demais territórios internacionais. 

Conforme divulgado pela Fusion Industry Association, mais de 30 empresas estão trabalhando na tecnologia. Dois terços delas estão localizadas nos Estados Unidos. 

Com AFP