Pais do suspeito de atirar foram chamados na escola por causa de jogos e sonolência do adolescente
Jovem apresentava muito sono em aula e afirmava que ia dormir tarde jogando jogos de tiros. Diretor da escola informou que trabalhava para tratar questões com família do aluno
23:17 | Out. 07, 2022
A família do adolescente de 15 anos que disparou contra três colegas na Escola de Ensino Médio Professora Carmosina Ferreira Gomes, situada em Sobral, já havia sido acionada por professores em razão de comportamentos do aluno. Segundo informações do diretor do colégio, Jorge Célio Coelho, o adolescente apresentava muito sono em aula e afirmava que ia dormir tarde por causa de "jogos de tiro".
O ataque aconteceu na manhã dessa quarta-feira, 5. Suspeito levou uma arma de fogo para a escola e disparou contra três colegas. Um segue gravemente ferido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica da Santa Casa do município da região Norte, e os outros dois foram medicados e receberam alta.
"Eu como diretor, eu tenho uma visão mais macro dos meninos, mas eu passo o dia todo na escola. Eu particularmente conhecia os quatro meninos, e todos são meninos bons, alunos de notas boas. Agora, uns reservados, principalmente o que atirou. Menino mais reservado, mais calado. Ele não era de muita brincadeira, mas era tranquilo", frisou Jorge Célio.
De acordo com representante, o único problema que o suspeito apresentava em relação aos estudos era o comportamento sonolento que tinha em sala de aula. O sono excessivo do aluno já havia sido relatado por uma colega de classe dele, que afirmou que o aluno era "calmo" e "só dormia".
Adolescente tinha sono na aula por que passava madrugadas jogando
Jorge Célio Coelho, diretor da escola, conta que o colégio realiza um trabalho no qual docentes fazem um acompanhamento individual de educandos e passam um relatório final ao diretor. Portanto, colégio não apenas estava ciente do sono excessivo do aluno como buscou entender a razão disso.
Ao ser questionado, o suspeito afirmou que passava a madrugada jogando videogame. "Eram jogos de violência, de tiro, eu não sei o nome", frisou ainda o diretor.
Segundo o representante, a família do adolescente foi acionada algumas vezes em razão disso. A preocupação da escola era tanto com a sonolência do jovem como com o teor dos jogos. Colégio buscava, conforme Jorge, trabalhar com os pais a respeito dessas questões.
No momento em que o ataque aconteceu, o diretor conta que estava em uma sala de aula ao lado do local onde os disparos foram efetuados. Ele ouviu os tiros e correu para a área, em meio à correria de outros estudantes. O suspeito fugiu do local após atirar.
"É um momento que a gente fica sem saber o que fazer porque a gente quer socorrer e não pode pegar na vitima e nem deixar ninguém mexer porque pode piorar a situação (de saúde)", relembra.
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