Cidade de Santa Quitéria se esvazia no primeiro dia de lockdown
Segunda cidade no Ceará a decretar lockdown, Santa Quitéria tem ruas vazias e quase todo o comércio fechado
22:43 | Fev. 25, 2021
Na avenida mais movimentada do Centro de Santa Quitéria, município no interior do Estado, distante 229,2 km de Fortaleza, apenas o entregador empoleirado na moto era visto zanzando entre endereços na noite desta quinta-feira, 25. Sob lockdown desde a meia-noite da quarta-feira, 24, após agravamento da pandemia, é como se a cidade tivesse sido evacuada às pressas.
“Acho que agora as pessoas estão realmente com medo”, diz Daiane Siqueira, educadora física. “Não saio de casa desde o Natal, a não ser quando é para fazer um exercício”, fala e aponta o entorno da igreja matriz do município, vazio àquela hora.
Num dia comum, as calçadas estariam cheias de vendedores de pipoca e picolé e as esquinas, repletas de adolescentes. Nesta quinta, porém, os quiterenses tinham se recolhido mais cedo.
“É como se a Covid tivesse chegado mais perto da gente”, responde a cozinheira Joelma Santana. Para ela, o lockdown, pela primeira vez decretado pela Prefeitura e não pelo Governo do Estado, é uma medida necessária.
“Se as pessoas forem iguais a mim, estão felizes com o lockdown. Estamos sabendo que cada vez mais gente está contaminada na cidade”, explica.
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Nas últimas semanas, mesmo com crescimento do número de casos, moradores de Santa Quitéria ainda promoviam festas clandestinas, conforme relatos de pessoas ouvidas pelo O POVO.
O quadro levou o gestor do Executivo municipal, José Braga Barrozo, o "Braguinha", a decretar a suspensão das atividades até o dia 4 de março, quando a medida será reavaliada.
Empresário do ramo de restaurantes, Ernane Sampaio, 30, lamento as dificuldades para os negócios, mas entende que o enfrentamento contra pandemia requer ações mais efetivas. “Acho até que demorou a fechar, porque já estava muito ruim”, avalia.
Da equipe contratada pelo estabelecimento, metade tinha sido dispensada para ficar em casa nesta semana. A outra metade dava expediente no delivery, cujo telefone não parava de tocar à medida que a noite ia caindo. “A gente espera que as pessoas cumpram o decreto mesmo. Estamos com medo aqui”, desabafa o empresário.