Museu de Santana do Cariri recebe 36 peças de fósseis levadas ilegalmente do Ceará
Dentre as peças que chegam ao Ceará está a aranha Cretapalpus vittari, que homenageia a cantora drag queen Pabllo Vittar.O município de Santana do Cariri recebe 36 peças de fósseis que haviam saído ilegalmente do Brasil e agora retornam para seu local de origem. Para oficializar a chegada dos fósseis, o Museu de Paleontologia realizou solenidade de recebimento oficial nesta quinta-feira, 21. O material estava na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos. A partir de agora estão sob a salvaguarda da Universidade Regional do Cariri (Urca), por meio do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens.
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Conforme informações divulgadas pelo Governo do Estado, este material havia saído ilegalmente do Brasil. Entre as peças que chegam ao Ceará está a aranha Cretapalpus vittari — que homenageia a cantora Pabllo Vittar. Tendo em vista a projeção internacional da artista nos Estados Unidos, os pesquisadores americanos decidiram realizar a homenagem.
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O fóssil mencionado pertence a uma aranha da família Palpimanidae, oriunda da Chapada do Araripe, no extremo sul do Estado. O exemplar é o mais velho registrado em toda a América do Sul, sendo datado da Era Mesozóica (que ocorreu entre 250 e 65 milhões de anos atrás).
Devolução
O processo de devolução se iniciou após uma mobilização de paleontólogos brasileiros, diante da publicação de um artigo científico, nos Estados Unidos, a respeito dos fósseis. Os pesquisadores brasileiros começaram a questionar, através das redes sociais, como o material chegou ao país americano.
Um dos pesquisadores brasileiros foi o professor da Universidade Regional do Cariri, Renan Bantim. Ele explica, em entrevista á Rádio CBN/Cariri, que a iniciativa de devolver o material partiu do próprio autor do artigo, o paleontólogo americano Matthew R.Downen. “O americano não sabia dessa situação de tráfico. Então ele se propôs a iniciar uma conversa para a devolução desse material ao Brasil. Ele entrou em contato com o pessoal do museu do Kansas, e explicou toda situação. Depois ele me procurou para iniciar esse procedimento de devolução material”, explica Renan.
Ainda de acordo com o pesquisador, não é possível dizer se o ocorrido se trata de tráfico de fósseis, entretanto, a situação é vista com suspeitas pela comunidade científica brasileira: ‘Não se tem conhecimento se foi feito tráfico de fósseis para instituição, mas acredita-se que a pessoa que fez a doação à instituição trabalha com aranhas fósseis do mundo. E ele esteve na região há algumas décadas atrás e pode ter levado esse material para fora do Brasil”.
Em nota oficial, o diretor do Museu de Paleontologia, Allysson Pinheiro, comemora a conquista do material: "Até porque esteve acima das expectativas. Vieram mais fósseis do que o previsto, até mesmo daqueles que não se tinha conhecimento de estarem nos EUA. A forma ilegal como o fóssil saiu do Brasil acabou sendo alvo de inquérito do Ministério Público Federal (MPF) no Ceará".
Com informações do repórter da rádio CBN Cariri, Guilherme Carvalho
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