Urânio na água: veja outros casos de contaminação radioativa
Um dos casos que tem repercutido se passa no Japão, com o despejo de 1,34 milhão de toneladas de material no mar. Veja este e outros casos no Brasil e no mundoTrês poços no município de Santa Quitéria, a 223,46 quilômetros de Fortaleza, apresentaram concentração de urânio acima do permitido nas águas e foram interditados.
Em 14 de 15 pontos de coleta feitos pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), a concentração estava sete vezes acima do limite. A concentração além do recomendado para o consumo humano se daria de forma natural, já que a região abriga a maior jazida de urânio do País.
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Veja a seguir outros casos de contaminação radioativa na água que aconteceram ao redor do Brasil e do mundo.
Despejo de resíduos nucleares no mar de Fukushima
Em agosto de 2023 iniciou-se o processo de despejo no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, no Japão. Devem ser liberadas cerca de 1,34 milhão de toneladas de água residual acumulada desde que um tsunami danificou a central nuclear em 2011.
O governo afirma que a descarga das águas residuais no mar é inevitável porque os tanques atingirão seu limite em breve. A ação, que deve acontecer gradualmente até 2050, têm sido fortemente contestada por grupos de pescadores e países vizinhos.
Tóquio afirma que a descarga é segura, e tem o respaldo da agência de energia atômica da Organização das Nações Unidas (ONU). As informações são da AFP.
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Contaminação radioativa do litoral do Rio de Janeiro
Houve um derramamento de material radioativo no mar do Rio de Janeiro na Baía de Itaorna, onde está situada a central nuclear de Angra 1.
A empresa Eletronuclear não informou às autoridades na época e foi multada em R$ 2 milhões por descarte irregular de substância radioativa em setembro de 2022.
O relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontou falha estritamente humana, enquanto a Eletronuclear apontou problemas de corrosão de tubulações, falha humana e condições climáticas, segundo a Agência Brasil.
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Mineração de urânio contamina solo e água na Bahia
Entre 2000 e 2009, houve pelo menos cinco acidentes que contaminaram parte dos rios e solo de Caetité e Lagoa Real, na Bahia, conforme um relatório da Secretaria de Saúde da Bahia divulgado pela BBC News Brasil.
Autoridades denunciam casos de câncer na população local provocados pela radiação. Estudos também destacam a contaminação de mananciais subterrâneos, assoreamento dos rios devido ao depósito de sobras da mineração e inviabilidade do uso da água.
Relatórios da Comissão de Pesquisa e Informação Independentes sobre a Radioatividade (CRIIRAD) identificaram um índice preocupante de contaminações radioativas de cursos d'água próximos ao complexo das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Em 2018, medições apontaram uma concentração de urânio em cursos d'água que superam em quase dez vezes o que é considerado aceitável para o corpo humano, segundo padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).