Caravana UFC 70 Anos em Russas: os 10 anos do campus que mudou a realidade do Vale do Jaguaribe

O campus de russas começou com o curso de Engenharia de Software e hoje conta com cinco cursos de graduação e um mestrado

20:04 | Ago. 22, 2024

Por: Daniel Oiticica
LABORATÓRIO do projeto Aratinga Aerodesign da UFC Russas (foto: Marcella Elias / Especial para O POVO)

Foi com o curso de Engenharia de Software que a Universidade Federal do Ceará (UFC) inaugurou seu campus em Russas, há dez anos. Hoje, já consolidada na região, a UFC conta com 52 servidores técnico-administrativos e 50 professores, de cinco cursos de graduação e um de mestrado. A Caravana UFC 50 Anos, Trupe Atlântica, chegou à cidade e entendeu como o campus tem impactado a transformação econômica e social da região do Vale do Jaguaribe.

“A UFC abraçou o Vale do Jaguaribe e o Jaguaribe abraçou a UFC. Depois da chegada do campus, muitos dos docentes e servidores técnicos administrativos acabaram se instalando na cidade. A gente já consegue ver uma enorme transformação na região, em termos de produção de conhecimento, desenvolvimento social, comércio e moradia”, afirmou Cândido Jorge Souza Lobo, diretor do campus de Russas da UFC.

A equipe da Caravana foi recebida em Russas com música. Os responsáveis pela iniciativa fazem parte do projeto UFC Musicall, uma ideia que se materializou para desenvolver nas pessoas um despertar musical nas dependências do campus. Está aberto à comunidade para que ela se sinta integrada às atividades do projeto.

Durante todo o dia, a equipe de jornalistas e documentaristas da Caravana UFC 70 Anos conheceu a estrutura do campus, seus principais projetos e entrevistou alunos e professores.

Coordenado pelo professor Edvan Cordeiro, o projeto Aratinga Aerodesign tem como objetivo desenvolver em seus alunos uma visão crítica de projeto, capacidade de pesquisa e desenvolvimento de lideranças. A meta este ano é garantir vaga na competição SAE Brasil Aerodesign, com o desenvolvimento de um projeto consistente de aeromodelos capazes de realizar manobras com ou sem carga.

“O impacto do Aratinga ocorre de maneira direta e indireta. Direta, atingindo seus, que é o de fabricar o aeromodelo, e indireta através da capacitação e criação de expertise, capacidade de liderança e de trabalhar em equipe, para desenvolver habilidades que são vistas em sala de aula na prática”, disse Edvan.

“Simulação, processo de fabricação, escolha de materiais adequados e o desenvolvimento de software para poder analisar o comportamento desse aeromodelo em pleno voo”, completou Edvan.

O projeto Baja SAE – UFC Russas, coordenado pelo professor doutor Ramon Rudá, consiste em um desafio submetido aos alunos de engenharia, que oferece a eles a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante sua permanência na universidade, para incorporar características diferenciadas ao futuro profissional de engenharia.

“Esse projeto está vinculado com a SAE, (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade do Brasil), que apresenta como desafio o desenvolvimento de um protótipo, um veículo off-road monoposto (de um só assento), desenvolvido pelos alunos”, afirmou Ramon.

“Ele pega o conhecimento da sala de aula e aplica no desenvolvimento do projeto do produto, desde a concepção, a fabricação, os testes e a competição que existe a nível regional, nacional e mundial, em que todos os alunos de engenharia do mundo competem entre si, sob vários critérios, para ver qual é o produto melhor elaborado. Nós ainda estamos no início deste projeto”, completou Ramon.

Além dos projetos Aratinga Aerodesign e Baja SAE, a equipe da Caravana conheceu os dois maiores eventos de tecnologia e engenharia do Vale do Jaguaribe, o Semana das Engenharias, presidido por Pedro Epifânio, e a Semana de Engenharia de Software e Ciências da Computação, projeto orientado pelo professor Marcos Vinícius de Andrade Lima.

Os jornalistas da Caravana também entrevistaram professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC). O principal objetivo principal do PPGEC é capacitar profissionais para atividades de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico sustentável para a solução de problemas ou a proposição de inovações tecnológicas para atender demandas da sociedade e do mercado de trabalho na área de Engenharia Civil.

A equipe de documentaristas da Caravana teve uma agenda à parte. Participaram de uma entrevista especial com Laura Fernanda, russana que estudou no Aprova UFC. Este projeto foi criado em 2016 com o intuito de ajudar os alunos da rede estadual do ensino médio de Russas a ingressar em uma universidade.

Laura foi aluna da UFC, se formou, e hoje trabalha na fábrica de Quixeré da empresa Cimento-Apodi. “Aprendi muito nesse campus, graças aos projetos que ele desenvolve”, afirmou.

Os documentarias da Caravana também gravaram e assistiram à mesa redonda “Os impactos da implantação da universidade no Vale do Jaguaribe”, que teve a participação de professores para dimensionar a importância do campus para a região.

Finalizando o dia em Russas, a equipe de documentaristas conheceu o departamento de Extensão do campus e o trabalho do projeto Grupo de Desenvolvimento em Sustentabilidade (GDS) com os catadores da Ascamarru (Associação dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Russas).

Todo esse material poderá ser conferido em novembro, com a apresentação dos documentários no Canal FDR e Canal Futura.

*Este texto faz parte do projeto Caravana UFC 70 anos, que está percorrendo todo Ceará para celebrar as sete décadas da universidade de todos os cearenses. Para mais informações acesse caravanaufc70anos.com.br