Policial penal e mais dois suspeitos são presos por extorsão qualificada

Foram subtraídos R$ 10 mil da vítima. As investigações, que duraram 30 dias, apontam que houve planejamento prévio dos suspeitos e escolha da vítima

Um policial penal e mais dois suspeitos foram presos nessa segunda-feira, 13, por crime de extorsão qualificada que teria acontecido no último 17 de abril, em Russas, a 171,1 km de Fortaleza. O policial penal e outro homem foram capturados em Caucaia, já o terceiro investigado foi preso em Russas. 

O titular da Delegacia Regional de Russas, Eduardo Borges, que esteve à frente das diligências, explica como aconteceu o crime praticado contra um autônomo da cidade. “Eles se passaram por policiais civis, abordaram a vítima e alegaram que existia uma investigação em andamento. Caso a vítima não fizesse um PIX de R$ 10 mil, ela seria presa”.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Ainda de acordo com o delegado, a vítima foi mantida dentro do veículo dos investigados durante 30 minutos em constante ameaça até a transferência ser realizada.

Após o crime, a vítima teria continuado a ser ameaçada de morte para não fazer denúncias contra o trio de suspeitos. Eduardo Borges acredita que existem outras vítimas, mas que elas não denunciam por temor de represálias.

O crime

De acordo com o delegado, a vítima não possui nenhuma passagem pela Polícia, mas na situação da extorsão, os suspeitos criaram um suposto empréstimo fraudulento para chantagear o empresário. Os investigados teriam chegado um dia antes do crime na cidade de Russas e fizeram um planejamento de como tudo iria acontecer.

Borges afirma que a vítima não foi escolhida de forma aleatória. O suspeito que residia em Russas sabia que o homem tinha recursos. O pedido inicial do valor exigido pelos investigados foi de R$ 20 mil, mas a vítima falou que não possuía a quantia.

Os dois suspeitos capturados em Caucaia são primos. O que reside em Russas mantinha contato com um deles, que possui um comércio. De acordo com as investigações, a comunicação entre eles acontecia a fim de escolher possíveis alvos.

O delegado revelou que o policial penal estava de licença e já tinha sido investigado pela Corregedoria Geral de Justiça do Ceará e preso por tráfico de drogas dentro dos presídios.

As investigações foram definidas como "minucioso trabalho de campo", por resultar em muitas evidências, material probatório e testemunhas. Foi realizado também um monitoramento financeiro que chegou ao investigado de Russas.

Defesa alega ilegalidade de prisão

Os advogados Diego Oliveira e Roberto Silva, que representam um dos suspeitos, identificado como Kasyo Antônio da Silva Pereira, que reside em Russas, procurou O POVO e se manifestou em nota, destacando que Kasyo possui bons antecedentes e não responde por processos criminais. "A prisão temporária deferida pela Justiça está sendo usada de forma ilegal e sem requisitos legais, tendo em vista que os interesses investigativos não ficaram demonstrados nos autos processuais".

"Deixamos claro, inclusive, que desde o primeiro momento o acusado está cooperando com a linha investigativa no que está ao seu alcance, na tentativa de solucionar o engodo investigativo e demonstrar a sua boa-fé e inocência no referido processo", completando ainda. 

Atualizada às 16h15

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar