Projeto de envio de cartas para mulheres em tratamento de câncer ganha etapa do Ceará Científico
A equipe ficou em primeiro lugar na etapa regional e em segundo lugar na etapa estadual, ambos na área de linguagens e códigosAlunos da Escola Estadual de Ensino Profissional (EEEP) Dr. José Alves da Silveira, no município de Quixeramobim, a 212,2 km de Fortaleza, ganharam o primeiro lugar na etapa regional do Ceará Científico (CC), com o "Projeto inter (AÇÃO): os plurais de causas singulares".
O tema do Ceará Científico deste ano foi “Mulheres e Ciências: Caminhos para a Equidade de Gênero”, alinhado ao tema gerador do ano da Secretaria de Educação do Estado: “Equidade de gênero e proteção às mulheres”. A premiação ocorreu no dia 13 de dezembro, no Centro de Eventos, em Fortaleza.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A iniciativa tem como objetivo incentivar e apoiar trabalhos em educação científica, de forma que estudantes e professores se envolvam no desenvolvimento de projetos e pesquisas no cotidiano escolar e na participação de eventos científicos, entendendo a prática da pesquisa como um princípio pedagógico e metodológico de troca e de produção de conhecimento.
Projeto vencedor envia cartas a mulheres em tratamento oncológico
O projeto do grupo trabalha com a produção de textos autorais, feitos pelos estudantes, e que são direcionados a mulheres hospitalizadas ou que estão em processo de tratamento médico em quatro hospitais da região.
Participam o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), o Hospital Regional Dr Pontes Neto, Instituto Luz e Vida à Pessoa com Câncer e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
“Mais de 500 alunos produziram esses textos e os enviavam às mulheres desses hospitais (...) Os alunos faziam textos com mensagens de força, coragem, alegria e esperança a essas mulheres que estão em um momento vulnerável da vida delas”, relata a orientadora do projeto, Rayane Fernandes, 32.
LEIA TAMBÉM | Cartas para elas: alunos da rede pública escrevem a mulheres com câncer no Ceará
Para Rayane, a sensação da vitória na premiação é o “ressoar de todas as vozes”. “Ressoa a minha voz de criança e dos sonhos que eu tenho, de todas as mulheres que receberam nossas cartas. Inclusive as que não receberam. Ressoa o canto e a expressividade daquelas que vieram antes de nós e daquelas que virão e das que ainda estão aqui”, compartilhou a professora.
Para o estudante Robson Diêgo, 16, a sensação de subir ao pódio no segundo lugar pela categoria estadual é de “amor”. “Amor pelo trabalho realizado, pelas pessoas a quem conheci e mulheres a quem passei a admirar, aos meus companheiros na causa, Rayane e Pedro, e amor pelo resultado”.
“Colher os frutos de uma plantinha que foi regada com muito suor, lágrimas e sorrisos de fato é um sentimento de triunfo e gratidão. Esse foi o melhor trabalho que realizei durante toda a minha vida, até agora.”
O aluno destaca que pretende continuar com a produção de textos, em decorrência do impacto que o contato com as mulheres tiveram em sua vida. “Os relatos de resistência me ensinaram o poder da luta, e me mostraram como existem tantas pessoas cheias de força no mundo, mas infelizmente não são reconhecidas por suas batalhas cotidianas. O projeto não é resumido aos troféus ou às medalhas, sua essência está na ação. Por isso desejo levar esse trabalho social para o meu futuro”.
Diêgo compartilha que, futuramente, quer se formar na área jurídica, onde poderá “ser uma pessoa capaz de acolher e trabalhar para erguer as vozes injustiçadas socialmente”, finaliza.
Já o aluno Pedro Lucas, 16, compartilha que se sente extremamente feliz pela colocação do grupo. “É uma vitória muito grande para nossa escola. Com certeza pretendemos continuar com os textos e com o projeto”.
O aluno confessa que pretende seguir nas áreas do jornalismo ou psicologia. “Acho que são duas áreas que sinto que me encontrei. [São áreas] que eu tento colocar nos meus trabalhos e seguir um pouco da comunicação, na parte da escrita”, finaliza.