Crânio encontrado no Interior do Ceará pode ser fóssil de seis mil anos

O Laboratório de Paleontologia, da Universidade Regional do Cariri (Urca), investiga qual é a espécie e em que ano viveu o animal

22:24 | Jul. 14, 2022

Por: Danrley Pascoal
O Laboratório de Paleontologia, da Universidade Regional do Cariri (URCA), investiga qual é a espécie e em que ano viveu o animal. (foto: Arquivo Pessoal)

Um agricultor, do município de Poranga, distante aproximadamente 250 km de Fortaleza, descobriu uma carcaça diferente das encontradas na região. O homem sem conhecer do que se tratava, resolveu entregar a descoberta para a Brigada do Corpo de Bombeiros Civis da cidade. A instituição prontamente encaminhou o crânio ao Laboratório de Paleontologia, da Universidade Regional do Cariri (Urca), na unidade de ensino. As primeiras investigações deram conta de que o material se tratava de um animal que viveu há pelo menos seis mil anos.

De acordo com o paleontólogo e coordenador do Laboratório, Álamo Saraiva, trata-se de um animal da família cuniculidae. "Já existe a descrição preliminar que é do gênero Cuniculus. A gente só não sabe se é Cuniculus rugiceps, porque falta um detalhamento mais aprofundado para saber se é igual as espécies já encontradas na Bahia, Piauí e Minas Gerais", afirma. "Mas tudo indica que sim, que essa espécie, vamos dizer assim, é um ancestral da atual Paca, que também é da família cuniculidae”.

Segundo o paleontólogo, a paca atual tem cerca de dez quilos, a espécie Cuniculus rugiceps, possivelmente do crânio encontrado, tinha o dobro desse peso. De acordo com ele, não se sabe muito sobre esse grupo porque os fósseis da espécie não são descobertos com frequência, como ocorre com animais maiores como os mastodontes, que viveram no período quaternário, no Nordeste do Brasil.

Os Estudos se concentram agora em confirmar se o fóssil é realmente do grupo Cuniculus rugiceps e também buscam determinar há quanto tempo esse animal viveu. Álamo fala da importância da descoberta para a paleontologia brasileira, conforme o coordenador do Laboratório destaca, o achado de um fóssil é algo que ajuda a juntar peças do quebra-cabeça que desvenda como eram os ecossistemas passados.

“Qualquer informação que nos faça conhecer mais o passado, junto com as características do que é estudado no presente, nos deixa dentro de uma situação mais confortável para enfrentarmos o futuro. Então, se sabermos como já fomos e como estamos, poderemos estar mais preparados para enfrentar as adversidades do futuro”, disse.