Cearense que identificou asteroide faz vaquinha para comprar equipamento
A vaquinha de Larissa, 16 anos, tem prazo de um mês e objetiva levantar R$15 mil para comprar um computador e um telescópio; adolescente diz que pretende democratizar o ensino da astronomia
04:07 | Nov. 03, 2021
Com um notebook emprestado do amigo, Maria Larissa Paiva, de 16 anos, conseguiu identificar um asteroide por meio de um programa da Nasa. Do interior do Ceará, a estudante amadora de Astronomia sonha em continuar aprendendo e, principalmente, ensinando astronomia para os alunos do ensino fundamental das comunidades de Pires Ferreira, onde mora.
No entanto, a família de Larittrix (como a astrônoma amadora é conhecida) não tem condições para comprar os equipamentos necessários para a carreira. O pai Iranildo de Paiva, 42, trabalha em uma escola municipal e a mãe, Maria do Socorro, 39, cuida da casa e é revendedora de cosméticos. Por isso, a adolescente foi convidada pelo projeto Só Vaquinha Boa para lançar uma vaquinha online.
O objetivo é arrecadar R$ 15 mil para comprar um notebook capaz de rodar os softwares de caça a asteroides e um telescópio e lentes para observações públicas com a população de Pires Ferreira. “Eu quero democratizar o ensino de astronomia para a população piresferreirense e ajudá-los a conquistarem premiações e destaque nos programas e olimpíadas”, conta Larittrix, no texto de apresentação da vaquinha.
A vaquinha vai até o final do mês de novembro de 2021 e, até a publicação desta matéria, só arrecadou 5% do valor estipulado. É possível participar com qualquer valor a partir de um real, transferindo por Pix, pelo cartão de crédito ou pagando por boleto. Acesse a vaquinha aqui.
Larissa participou em junho deste ano do projeto Caça aos Asteroides da Nasa, facilitado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) no Brasil. Por ele, a astrônoma identificou um novo asteroide, que agora passa pelo processo de numeração e catalogação pelo Minor Planet Center (em português, Centro de Planetas Menores), de Harvard. O processo leva de três a cinco anos para ser completado, mas, quando for concluído, ela poderá nomear o objeto celeste.
"Eu penso em descobrir mais asteroides, se essa campanha de agora der certo. Mas como eu tenho só um asteroide, eu já pensei em nomear de Larittrix ou homenagear a minha avó, que não está mais aqui, a vó Mundinha. Ela tentou, pelo menos, inspirar a minha curiosidade, mesmo não sabendo nada, só sabendo o nome das Três Marias, a minha constelação favorita", compartilha ao O POVO.