Presidente da Câmara, mãe e primeira-dama são presos em Pentecoste

Esquema investigado pelo MPCE teria usado dinheiro idosos para financiar campanha eleitoral de 2016

11:47 | Abr. 17, 2019

Por: Redação O POVO Online
Sede da Câmara de Pentecoste (foto: GOOGLE STREET VIEW)

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Pentecoste, Pedro Helmano Pinho Cardoso, a mãe dele e ouvidora municipal, Maria Clara Rodrigues Pinho, e a primeira-dama da Cidade, Maria Clemilda Pinho de Sousa, foram alvos de ação deflagrada nesta quarta-feira, 17, na Cidade a 92 km de Fortaleza.

A Operação Caixa 2, coordenada pelo promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto e pelo delegado Regis Pimentel, cumpriu mandados de prisão preventiva para o político e prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica para as duas mulheres. O juiz Caio Lima Barroso, que determinou as prisões, ainda renovou o afastamento dos investigados de suas funções públicas por tempo indeterminado.

Envolvidos

As investigações indicam que a associação criminosa teria obtido financiamento ilegal para a campanha eleitoral de 2016. O atual prefeito, João Bosco Pessoa Tabosa, o sobrinho e a cunhada dele também integrariam o grupo, segundo o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Conforme a denúncia, a associação criminosa tinha ajuda de Maria da Conceição Domingos Sousa, do marido dela, Moisés da Silva Gomes, e de dois funcionários do Banco do Brasil no Município. No esquema, eles realizaram uma série de estelionatos em idosos, contraindo empréstimos e adiantamentos de 13º salários sem autorização das vítimas. Para isso, dois integrantes do grupo ficavam na porta de uma agência bancária tentando ganhar confiança dos idosos. O dinheiro era empregado na campanha eleitoral. Os funcionários do banco atuariam dando facilidades aos estelionatários: aumentavam limites de empréstimo e facilitavam os saques. 

Prisões

De acordo com o MPCE, as medidas cautelares cumpridas nesta quarta recaíram apenas sobre três investigados porque há indícios de que eles tentaram obstruir as investigações.

Segundo a instituição, as medidas contra o vereador foram mais severas porque ele teria praticado crime de estelionato contra idoso e ainda teria colocado Maria da Conceição como funcionária fantasma da Câmara. Imagens obtidas pelas investigações apontam que o político pagava mesada para a comparsa se sustentar em Fortaleza.

O POVO Online tentou contato com a Câmara Municipal de Pentecoste, mas os contatos disponíveis em sites da instituição estão desatualizados. Já a Prefeitura de Pentecoste não se pronunciou até a tarde desta quarta-feira. Por telefone, a assessoria de imprensa do Município disse que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos aos investigadores e foi surpreendido com a operação desta manhã.