O mais triste período de Carnaval em Paracuru

O POVO passou pelos espaços que tradicionalmente neste período estariam lotados de foliões. Desde a tarde até o fechamento dos estabelecimentos, a movimentação foi esvaziada. Em meio à pandemia, trabalhadores locais que dependem do turismo somam os prejuízos

Desde que Paracuru, município do Litoral Oeste cearense, tornou-se um dos grandes destinos do período de Carnaval no Ceará — pelo menos desde as décadas de 1970 ou 1980 —, este tem sido o pior feriadão. Para além das barreiras sanitárias, os comerciantes locais reclamam que os horários previstos no decreto acabaram com todas as expectativas positivas no Município. Em meio à pandemia de Covid-19, trabalhadores locais que dependem do turismo somam os prejuízos.

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O POVO passou pelos espaços que tradicionalmente neste período estariam lotados de foliões. Desde a tarde até o fechamento dos estabelecimentos, a movimentação foi esvaziada. Em 2021 tudo está diferente. Na avaliação dos moradores, a cidade segue em ritmo de dia de semana normal. Com entrada e saída de veículos sendo controlada pela Prefeitura logo no início do acesso ao Município, apenas turistas com reservas em hotéis e pousadas da região tiveram acesso, além de pessoas que pudessem comprovar residência.

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Um desses casos foi do auxiliar de logística, Abel Bezerra, 24, que trabalha em Fortaleza, mas cujos pais moram na Cidade. Sozinho na faixa de areia, estava acompanhado de um amigo que surfava. Foi um dos poucos que aproveitavam a praia na tarde de segunda-feira de Carnaval. Ele destaca que o momento é completamente atípico.

"Esperamos sempre o melhor Carnaval. Desde que entendo por gente, o feriado é bem movimentado, sempre vem muita gente de fora. Cheguei no sábado, 13, e a cidade está muito parada. Não conseguimos ver movimento turístico ou nada do tipo", afirma.

Ele ainda acrescenta que esse momento é complicado para a economia da cidade, que era muito beneficiada pelo período carnavalesco, mas enfatiza que o momento de pandemia requer cuidados extraordinários. "É uma coisa frustrante, mas é o certo para o momento".

No ano passado, o Carnaval de Paracuru teve programação oficial cancelada devido ao motim da Polícia Militar no Estado. Mas, ainda assim, foi animado por caixas de som e blocos independentes e os foliões lotaram a praça da cidade para brincar. Neste ano foi mesmo bem diferente.

O garçom Harisson Sousa, 26, destaca que o período é complicado para ele e os colegas de trabalho, pois, sem as gorjetas e comissões, perde renda. No restaurante onde trabalha, a movimentação durante todo o fim de semana foi fraca. Na segunda-feira não foi diferente, o que frustrou todas as expectativas.

Ele conta que, até o decreto governamental, que restringiu os horários de funcionamento de atividades não essenciais para o período até a Quarta-Feira de Cinzas, a Prefeitura de Paracuru estudava permitir que os estabelecimentos de alimentação fora do lar funcionassem até as 22 horas. O plano foi revisto e, segundo Harisson, fez com que alguns turistas que tinham reservas marcadas desistissem da viagem.

"Na sexta-feira, 12, de última hora o prefeito aderiu ao decreto do Estado e muitos clientes que souberam da notícia resolveram ficar em suas cidades. Arrasou o feriado, estamos com uma movimentação de segunda-feira normal. Olhe lá se não for menos", pontua.

Colaborou Mirla Nobre / Especial para O POVO

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