Seis meses após fim da quadra chuvosa no Ceará, açude Germinal sangra
Outros dois reservatórios têm níveis acima dos 90%, mas abaixo da cota de sangria; 44 bacias estão com menos de 40% da capacidadeSeis meses após o fim da quadra chuvosa no Ceará, o açude Germinal, localizado na cidade de Palmácia, a 66,2 km de Fortaleza, voltou a sangrar no último domingo, 3. O nível volta a ser atingido pelo reservatório cerca de um mês após o último registro de capacidade máxima, que ocorreu em 2 de novembro.
Com cerca de 2,107 hm³, o Germinal tem uma capacidade considerada baixa em relação às demais bacias hidrográficas do Estado e por isso está constantemente próximo do nível máximo.
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Segundo dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), o reservatório está com 95% da capacidade total desde o dia 14 de janeiro de 2022.
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O açude também foi o primeiro a sangrar neste ano no Ceará e, desde então, tem mantido pelo menos 98% de volume. O menor índice registrado no açude foi em 30 de dezembro de 2021, com 77,20%.
Outros dois açudes estão com níveis acima de 90% no Estado. Caldeirões, no município de Saboeiro, com 94,54%, e o de Aracoiaba, com 91.44% da capacidade.
Por outro lado, 44 bacias cearenses estão com quantidade inferior a 30% do volume total, como o Castanhão (24.98%), maior reserva de água doce do Estado e responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Região Metropolitana tem água suficiente para 2024
De acordo com o secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Ramon Rodrigues, a bacia hidrográfica da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) está “relativamente bem” e consegue abastecer a população mesmo se 2024 tiver poucas chuvas.
“Apesar de, no caso de Fortaleza, ter essa garantia para 2024, geralmente um ano ruim nunca vem sozinho. O que nos preocupa não é 2024, mas 2025, 2026”, disse o secretário em entrevista à rádio O POVO CBN.
Por isso, ele alertou para que a população continue preservando os recursos hídricos. “Embora a gente tenha visto muita chuva esse ano, gostaria que a população mantivesse o foco no fato de que nós vivemos numa região semiárida, precisamos tratar a água como um bem escasso”, afirmou.
Ramon reiterou que a SRH, juntamente com outros órgãos do governo, elabora um plano para lidar com o fenômeno El Niño em 2024. O plano de ações para mitigar os efeitos da pouca chuva esperada para o ano que vem deve ser apresentado ao governador Elmano de Freitas (PT) antes do dia 10 de dezembro. (Colaborou Alexia Vieira)