Ministério Público investiga participação de policiais em crime de maus tratos a animais
A "Operação Galo Carijó" teve como resultado a apreensão de 180 galos, cerca de R$ 44.000 em espécie, além de 27 dólares e 10 euros. A investigação também aponta indícios de envolvimento de integrantes das forças de segurança e de pessoas de alto poder econômico
10:44 | Jul. 23, 2021
Atualizada às 21h35min
Um mandado de busca e apreensão pessoal e domiciliar foi cumprido em uma chácara localizada no município de Pacatuba. O proprietário do imóvel é investigado por promover campeonato nacional de briga de galo. A ação foi deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPCE) na última quinta-feira, 22, e a justiça também investiga a participação de integrantes das forças de segurança.
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Intitulada de “Operação Galo Carijó”, a ação teve como resultado a apreensão de 180 galos, cerca de R$ 44.000 em espécie, além de 27 dólares e 10 euros.
A ofensiva foi impulsionada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), que apura indício de envolvimento em fato criminoso de integrantes das forças de segurança e de pessoas de alto poder econômico. “Dentre os dados compilados sobre os proprietários de veículos do local desse evento, teriam sido identificados veículos de policiais militares”, afirma em nota.
O Núcleo de Investigação Criminal do MPCE aponta que a presença de policiais nesse tipo de evento seria comum, seja para realizarem apostas, seja para fazerem a segurança clandestina do local e de outros participantes. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Ceará informou que não foi identificada a participação de agentes da segurança nesse tipo de ocorrência, até o momento.
O proprietário da chácara é investigado por promover campeonato nacional de briga de galo. A medida de busca e apreensão tinha a autorização de extrair os dados dos aparelhos e documentos apreendidos. A ação foi deferida pela 1ª Vara da Comarca de Pacatuba.
Uma das fases do campeonato, de acordo com informações do MPCE, estava prevista para acontecer nos dias 22 e 23 de julho de 2021. Outra etapa teria acontecido nos dias 30 e 31 de julho de 2020, no mesmo local.
A Operação contou com o apoio da Coordenadoria de Inteligência (COIN-SSPDS), do Batalhão de Policiamento de Meio Ambiente (BPMA), do Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE-PCCE) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará (Choque-PMCE).
Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciária (CGD) disse que determinou a imediata apuração na seara disciplinar sobre o suposto envolvimento de policiais na participação da organização de briga de galo. O órgão também entrou em contato com os órgãos competentes para obter mais informações acerca das investigações.