Advogado diz que ex-mulher de funcionário público foi "crucificada" no Maciço de Baturité
"A menor palavra que ela foi chamada foi de assassina, sem nem o inquérito ter terminado", relatou
17:43 | Dez. 18, 2015
Após o assassinato do funcionário público federal, José Rilenilson Alves Arruda, de 56 anos, no último domingo, 13, Maciço de Baturité, o advogado de defesa da ex-esposa da vítima disse que a mulher de 42 anos nega qualquer tipo de envolvimento na morte do funcionário público. ,rebatendo os comentários da família da vítima.
A defesa, Paulo Roberto Rabelo Leal, afirma que a mulher mantinha um relacionamento amoroso com Thiago Ferreira Costa, de 22 anos, que foi preso em flagrante suspeito do crime, mas que o jovem tomou a iniciativa de cometer o crime, por conta própria, sem a participação da mulher.
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Segundo a defesa, a mulher (nome preservado), é divorciada legalmente do funcionário público, no entanto, moravam juntos. "Ele ficava em cima e ela embaixo. Ela nega articulação. Fiz uma visita à delegacia e ele estava junto com outros presos. Ele chorava muito pedindo para prestar um segundo depoimento para a delegada. Ele diz que a versão inicial não era verdade. A verdade é que eles gostavam muito um do outro e ele queria muito ficar com ela. Ela nega que tenha articulado a questão. Fica a palavra de um contra a do outro", informou.
Os depoimentos da mulher e de Thiago apresentam divergências no momento que ele afirma ter recebido o dinheiro (R$ 2 mil) dela o para comprar a arma do crime. "Ela não nega os encontros dos dois, começou neste ano, mas era um relacionamento que pouquíssimas pessoas sabiam, não era público ainda", detalhou.
O advogado diz que a mulher está sendo crucificada em Mulungu, por ser uma cidade pequena e que mudou para um município próximo por ter medo de morrer. "A menor palavra que ela foi chamada foi de assassina, sem nem o inquérito ter terminado, se tiver chegado às mãos da Justiça foi o do Thiago, que foi preso em flagrante.
Aconselhei-a a ter uma vida normal e ela continua à disposição da Justiça, ainda não existe a acusação, o que existe é a família fazendo uma série de denúncias", relatou o policial.
Entenda o caso
Familiares do funcionário público federal procuraram O POVO para pedir Justiça acerca da morte do parente.
O tenente-coronel Assis Azevedo, que coordenou a prisão de Thiago, informou que a Polícia recebeu a denúncia do envolvimento de Thiago no assassinato. Chegando à residência dele, a própria mãe do rapaz comentou sobre relacionamento que ele mantinha, o que gerou a suspeita de um crime passional por parte dos PMs.
Conforme o tenente-coronel, ele confessou e mostrou a arma que estava enterrada no quintal. E ainda disse que o dinheiro da arma foi dado pela namorada. A delegada Janaina Bastos escutou a mulher e, em seguida, a liberou.
Conforme Janaina Braga, Francisco Thiago confessou que a principal motivação do crime seria a agressividade de Rilenilson com a ex-esposa. "Ele alegou que o marido era violento com a esposa e que isso motivou o assassinato. Contou ainda que ele a agredia fisicamente e a ameaçava de morte", relatou a delegada.