Vereador é preso por interferência em investigações de esquema de locação de veículos
O político destruiu provas, como documentos e o próprio computador, para atrapalhar as investigações
10:40 | Mai. 16, 2019
Um vereador de Mucambo, cidade localizada a 284 km de Fortaleza, foi preso na manhã desta quinta-feira, 16, na terceira fase da Operação Sales, realizada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). André Luis de Sousa Gonçalves, conhecido como André da Coelce, é suspeito de participar de um esquema fraudulento de locação de veículos. O político teria destruído evidências, como documentos e o próprio computador, para atrapalhar as investigações.
Após ligações telefônicas legalmente interceptadas, de acordo com o MPCE, a investigação apontou a atuação de André como um “braço” do ex-prefeito Wilebaldo Aguiar, que está preso preventivamente e é suspeito de chefiar o esquema criminoso. O vereador e a esposa dele seriam responsáveis por manter Wilebaldo informado sobre os depoimentos prestados acerca do caso.
Além de atuar como informante, André Luís era responsável por organizar a documentação e transferir os veículos pertencentes a Wilebaldo. Somente com locações, a investigação abrange a apuração de 17 licitações e dispensas de licitações fraudulentas, além de desvios e lavagem de dinheiro decorrentes.
Operação Sales
A Operação Sales, que entrou na terceira fase com a prisão do vereador, foi iniciada em novembro de 2018. Vinte e oito mandados de busca e apreensão, além de quatro de prisão, foram cumpridos nas cidades de Mucambo, Sobral, Fortaleza, Pentecoste, Pacujá, Ubajara e Graça.
Já na segunda fase, uma semana depois, foram apreendidos veículos pertencentes ao ex-prefeito em galpões no Município.
Foram firmados ainda quatro acordos de colaboração premiada, para o ressarcimento dos danos aos cofres públicos, bem como o pagamento de multa e dano moral coletivo.
A investigação apura fraudes licitatórias, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em procedimentos licitatórios de locação de veículos para a Prefeitura de Mucambo, referente aos anos de 2013 a 2016, além da prática de atos de improbidade administrativa que geram enriquecimento ilícito e lesão ao erário.