Suspeito de comandar chacina em Monsenhor Tabosa era investigado por 15 homicídios
Francisco Romário Lima Pereira, de 26 anos, é integrante da GDE. Vítimas da chacina não eram o alvo prioritário da ação
19:52 | Mai. 25, 2022
O homem apontado como mentor da chacina que deixou quatro mortos em Monsenhor Tabosa (Sertão dos Crateús) na manhã dessa terça-feira, 24, tinha mandado de prisão em aberto e já era investigado por, pelo menos, 15 homicídios. A informação foi divulgada pela Polícia Civil em entrevista coletiva realizada desta quarta-feira, 25, que deu detalhes sobre a prisão de quatro suspeitos de envolvimento nos crimes.
O nome do suspeito de ser o mandante do crime é Francisco Romário Lima Pereira, de 26 anos. Conforme o delegado Filipe Freitas, titular da Delegacia Regional de Crateús, responsável pela investigação, já havia uma investigação de seis meses contra ele e seu grupo. Sua atuação não se daria somente em Monsenhor Tabosa, mas também em municípios vizinhos.
Presente à entrevista coletiva, o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Sandro Caron, afirmou que Francisco Romário era mandante de todos os homicídios recentes registrados no município. Ele teria ainda participado diretamente na execução de alguns deles.
O suspeito foi preso em Canindé, a 120 quilômetros de Monsenhor Tabosa, enquanto tentava fugir de carro. Com ele, foram presos outros três suspeitos de praticar a chacina: Edson Bezerra Pereira, de 21 anos; Pedro Juscelino da Silva Rodrigues, de 21 anos; e Vitor Hugo Alves da Silva, de 21 anos. O POVO apurou que o grupo integra a facção criminosa Guardiões do Estado (GDE).
Com o grupo, a Polícia ainda apreendeu três pistolas e um revólver, além de 185 munições e carregadores. Uma quinta pessoa, que dirigia o veículo no qual o grupo foi preso, chegou a ser detida, mas foi liberada por não existirem provas de participação no crime. A Polícia Civil prossegue com as investigações para a identificar a participação de mais pessoas na chacina.
Conforme a investigação, o alvo da chacina era um homem, que não veio a óbito e que, possivelmente, era chefe de uma organização criminosa do município. Existe a suspeita de que as vítimas do crime eram familiares desse homem e, por isso, teriam sido mortas, afirmou o delegado Filipe Freitas.
O POVO apurou que as vítimas da chacina são: Marcelo Lima Santos, de 14 anos; João Francisco Lima Santos, de 12 anos; Joaquim Nunes da Silva, de 70 anos; e Francisco das Chagas Pereira dos Santos, de 40 anos. Duas meninas de 11 e 10 anos e uma adolescente de 18 anos também ficaram feridas na ação.
Além dessas quatro mortes, o grupo ainda é suspeito de cometer um outro assassinato em Monsenhor Tabosa, registrado cerca de 24 horas antes. Nesse caso, a vítima foi Jairo Teixeira de Araújo, de 40 anos. Este crime teria sido praticado, conforme O POVO apurou, por os criminosos acreditarem que a vítima tinha envolvimento com o Comando Vermelho (CV).
Além dos quatro presos pela chacina, a operação policial prendeu outras três pessoas, que seriam integrantes de um grupo rival ao dos demais presos. São eles: José Eieldo Lima da Silva, de 36 anos; Elson Lima Alves, de 21 anos; e João Paulo Alves de Lima, de 18 anos.
Sandro Caron afirmou que, apesar das prisões, a “pressão operacional” será mantida na região. Existem relatos de que, por causa do conflito entre facções em Monsenhor Tabosa, moradores estão sendo expulsos de sua casa.
“As equipes do Cotar (Comando Tático Rural) e do Raio (Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas) da Polícia Militar serão mantidas, as equipes da Polícia Civil de reforço também serão mantidas para que se busque localizar e prender outros criminosos da região”, afirmou o secretário. “Dada a gravidade dos fatos, essa região é uma prioridade para nós. É um compromisso nosso”.