Duplo homicídio em Morrinhos: informações falsas sobre investigação são compartilhadas no WhatsApp
Secretaria da Segurança informou que os responsáveis podem responder criminalmente pela divulgação de informações falsas
19:42 | Mar. 27, 2023
Atualizada às 13h14min
A motivação sobre o duplo homicídio que vitimou a advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, 34 anos, e a mãe dela Maria Socorro Vasconcelos, de 78 anos, na sexta-feira, 24, ainda não foi esclarecido. As duas são esposa e sogra de um tenente-coronel da Polícia Militar. O caso foi registrado em Morrinhos e dois policiais militares, o soldado Daniel Medeiros de Siqueira e o sargento Francisco Amaury da Silva Araújo, foram presos em flagrante suspeitos do crime. Desde o dia das mortes, muitas informações falsas foram disseminadas nas redes sociais com diversas linhas de investigações e suspeitos.
Fotografia vazada em redes sociais
Uma das primeiras informações falsas que foram divulgadas diz respeito à fotografia de um dos suspeitos. Imagens de um homem com o apelido de "Jumento Novo" foram amplamente difundidas como sendo o autor das mortes de mãe e filha. Ficha criminal, nome e até um vídeo do homem circularam na Internet. Por meio de informações obtidas do Auto de Prisão em Flagrante, a mesma foto difundida nos grupos estava no aparelho celular de um dos presos, um dia antes do crime.
Falso: prisão de oficial e morte
Outra informação falsa divulgada foi a prisão do tenente-coronel, esposo da vítima. O POVO checou a informação e o oficial não foi detido. Além disso, fotografias do familiar da vítima são difundidas na Internet junto de fake news. Mensagens, também com informações errôneas, apontando que o militar teria cometido suicídio, foram difundidas.
No dia do duplo homicídio, pessoas filmaram as duas vítimas mortas e as fotografaram. As imagens dos corpos também das duas mulheres foram repassadas em grupos de WhatsApp.
O POVO solicitou informações à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para verificar se há responsabilização em casos de atrapalhar investigação policial, imputar à pessoa o cometimento de crimes e divulgação de informações falsas na Internet. Além de vilipêndio de cadáver, no caso de divulgação de imagens dos corpos das vítimas.
Em resposta, a SSPDS informou que quem cria, divulga e compartilha informações falsas, além de prejudicar terceiros, pode responder criminalmente pela conduta, a depender da situação. "Os artigos 138, 139 e 140 do código penal, por exemplo, tipificam crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria.
A SSPDS ainda ressaltou que a denúncia é fundamental e que é possível por meio da Delegacia Eletrônica. Em caso de calúnia e difamação as denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia da Polícia Civil do Ceará.
Colaborou Lucas Barbosa