Funcionários de fábrica de calçados denunciam surto de doença gastrointestinal em Morada Nova
Vigilâncias sanitárias estadual e municipal colheram amostras da água e dos alimentos da empresa para identificar causa. UPA local registrou lotação de pacientes com diarreia, vômito e náusea
18:25 | Nov. 16, 2024
Os funcionários da fábrica de calçados Coopershoes, localizada em Morada Nova, a 167,62 km de Fortaleza, denunciam um surto de doença gastrointestinal. Trabalhadores do local tiveram sintomas como náusea, vômito e diarreia e lotaram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.
Ao O POVO, o secretário da Saúde do município, Luiz Carlos da Silva, confirmou o aumento no número de usuários da UPA e afirmou que a vigilância sanitária municipal e do Estado fizeram vistorias e coletas de material na fábrica. As amostras foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).
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“Todos os prontuários estão sendo analisados e nós estamos esperando resposta do Lacen. Tanto o Estado como o município estão dando todo o suporte aos funcionários”, afirma.
De acordo com um funcionário que preferiu não se identificar, os sintomas apareceram na quinta-feira, 14. “Comecei a provocar e a ter diarreia no período da noite. Sexta-feira agravou muito e eu decidi não procurar a UPA, já estava extremamente lotada. Fui no hospital de Ibicuitinga, uma cidade vizinha. E vários funcionários já tinham procurado esse hospital também”, afirmou
Tanto o funcionário quanto a esposa, que também trabalha na fábrica, estão com sintomas parecidos. Ele relata ainda febre alta e dor de cabeça. Segundo ele, os relatos nos grupos de Whatsapp da fábrica dão conta de dezenas de trabalhadores com os mesmos sintomas.
“A gente pensa que é a água, que é uma coisa que todos tomam”, pondera. Segundo ele, já ocorreram reclamações sobre a água da empresa ser “barrenta e com gosto de cloro”.
Outro funcionário que também quis se manter no anonimato disse que também está sentindo diarréia e moleza, com dificuldade para se alimentar. “Ainda nem fui para a emergência, lá está absurdamente lotado”, diz.
Ele também confirma que todos reclamam da água e que a empresa só libera que o funcionário leve uma garrafa pet de 500 ml por dia. “Não tem como ficar oito horas dentro da empresa apenas com uma garrafa de água. Depois desse surto, não vou beber mais a água de lá”, afirma.
O POVO procurou um representante da empresa, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.